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Países 'limpos' também perdem pontos na luta contra a corrupção

09:43 | Jan. 25, 2022
Autor AFP
Tipo Notícia

Na última década, os países mais bem classificados no ranking de percepção da corrupção da Transparência Internacional (TI) regrediram na luta contra esse flagelo, com destaque para Canadá, Estados Unidos e Chile.

"A corrupção nos países mais bem avaliados no índice assume formas menos flagrantes", sublinha o último relatório da ONG, publicado nesta terça-feira (25).

Por um lado, a pandemia da covid-19 colocou à prova a resistência desses países. Por outro, eles mostraram que não têm força para enfrentar o desafio da corrupção em redes cada vez mais globais, afirma a TI.

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Na escala de 0 (altamente corrupto) a 100 (muito limpo) da TI, a posição do Chile (67) caiu consideravelmente na última década, e o país perdeu cinco pontos desde 2012.

Os escândalos de corrupção e a necessidade de fortalecer a proteção dos denunciantes estão na ordem do dia.

A Chile Transparente, filial local da TI, lembra que, na atual Carta Magna, não está garantido o direito de acesso à informação pública.

A TI destaca, porém, que, com a chegada do esquerdista Gabriel Boric à Presidência, o Chile tem uma oportunidade única de fortalecer suas instituições e reverter o impasse da corrupção com a nova Constituição.

O país norte-americano (74) obteve sua pontuação mais baixa desde 2012, data a partir da qual os dados podem ser comparados entre as nações.

Tanto o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, quanto seu ex-ministro das Finanças Bill Morneau estiveram envolvidos em um escândalo sobre a atribuição de um contrato milionário a uma organização, com a qual tinham vínculos.

Em 2021, a Comissão de Ética absolveu Trudeau, mas seu ministro, que renunciou em 2020, foi indiciado.

Além disso, a investigação jornalística "Pandora Papers" mostrou que o país serve de centro de fluxos financeiros ilícitos, favorecendo a corrupção transnacional na região.

Outros países que alcançaram sua pontuação mais baixa em dez anos são Suíça, Luxemburgo, Bélgica e Holanda.

Pela primeira vez, os Estados Unidos ficaram de fora do grupo de 25 países que normalmente lideram a lista dos países menos corruptos da TI.

A ONG cita um contexto caracterizado por constantes ataques contra eleições livres e justas, mas também pela opacidade do sistema de financiamento de campanhas eleitorais, elementos que geram "preocupação".

Investigações jornalísticas também revelaram a existência de paraísos fiscais em estados rurais dos EUA.

Na Alemanha, que tem a mesma pontuação há cinco anos (80), vários deputados do partido da ex-chanceler Angela Merkel foram acusados de se enriquecerem por meio de contratos governamentais para compra de máscaras em plena pandemia.

O escândalo provocou duas renúncias em 2021: uma, no partido de Merkel, a CDU; e outra, na CSU, o partido irmão bávaro dos conservadores alemães.

Segundo a TI, metade dos alemães também acredita que as empresas muitas vezes se valem de dinheiro, ou de conexões, para obterem contratos públicos.

sag/bl/es/mr/tt

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