Crise se aprofunda em Honduras com instalação de duas legislaturas paralelas

A instalação de duas legislaturas paralelas em Honduras, cada uma liderada por diferentes presidentes do Congresso, aprofundou nesta terça-feira (25) a crise política que ofusca a posse da esquerdista Xiomara Castro como presidente e seus planos de governabilidade.

No prédio do Poder Legislativo, tomou posse o deputado Luis Redondo, que tem apoio de Castro e das fileiras leais do partido Libertad y Refundación (Libre). A sessão contou com a presença de uma escolta de cadetes das Forças Armadas, como já tinham anunciado altos comandantes militares, em sinal de reconhecimento da autoridade da presidente eleita.

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Enquanto isso, em paralelo e por videoconferência, Jorge Cálix também inaugurou sua legislatura como chefe do Congresso, com vinte deputados dissidentes do Libre e a maioria dos deputados do Partido Nacional e o Partido Liberal, ambos de direita e opositores a Castro.

Mais de 70 dos 128 deputados titulares participaram da sessão virtual. No caso de Redondo, o quórum foi completado com suplentes, entre eles vários substitutos dos rebeldes.

A crise eclodiu no último fim de semana após um grupo de dissidentes do Libre ignorar um acordo com o Partido Salvador de Honduras (PSH), cujo apoio foi fundamental para a vitória nas eleições de novembro. O pacto incluía o apoio a Redondo, do PSH, como líder do Legislativo.

Os dissidentes elegeram Cálix, alegando que o Congresso deve ser presidido pelo Libre, o partido com mais deputados (50). Os fiéis a Castro elegeram Redondo, para respeitar o acordo eleitoral e garantir a governabilidade.

Cálix foi expulso do partido, junto com os outros dissidentes. Ambos os lados acusam-se mutuamente de terem cometido ilegalidades em suas respectivas nomeações, embora mantenham diálogo.

Castro já convidou Redondo para lhe colocar a faixa presidencial nesta quinta-feira, 27 de janeiro, na cerimônia a ser realizada no Estádio Nacional.

"Acho que haverá uma negociação como resultado desse diálogo, e um dos cenários é que haja uma terceira pessoa que assuma a liderança (do Congresso)", disse Ernesto Paz, ex-chanceler do governo de Manuel Zelaya, à AFP.

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