Equador estende sua reserva marinha até a Costa Rica para proteger fauna migratória

O Equador criou nesta sexta-feira (14) uma nova reserva marinha de 60.000 km2 ao norte do arquipélago de Galápagos, no Pacífico, formando um corredor marinho que se liga à área protegida de Cocos para preservar espécies migratórias, como os tubarões.

A bordo da embarcação científica do Parque Nacional Galápagos (PNG), ancorada na baía de Puerto Ayora (capital da ilha de Santa Cruz), o presidente equatoriano, Guillermo Lasso, assinou o decreto de criação da reserva marinha chamada "Irmandade", que foi incorporada à de 138.000 km2 existente desde março de 1998.

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Assim, o arquipélago equatoriano, que inspirou a teoria da evolução do naturalista inglês Charles Darwin, passou a ter 198.000 km2 de área marinha protegida.

Está previsto que mais adiante se somem as áreas protegidas de Malpelo (Colômbia) e Coiba (Panamá) ao corredor formado entre as reservas de Galápagos e Cocos, a fim de criar uma reserva da biosfera transfronteiriça marinha.

A criação da "Irmandade" é uma "mensagem clara ao mundo", afirmou Lasso. É "uma nova forma de relação com a Terra, uma nova forma de entender o que significa o avanço da humanidade", disse o presidente após assinar o decreto.

Participaram do ato o presidente colombiano, Iván Duque, e o ex-presidente americano Bill Clinton, assim como representantes dos governos de Costa Rica e Panamá.

"Pode ser que sejamos um território de dimensões pequenas, pode ser que nossa pegada ambiental seja ínfima comparada à de países mais ricos, mas o planeta também é nosso" e "diante do desafio de protegê-lo, nos engrandecemos", disse Lasso.

Para selar a criação da "Irmandade", o presidente equatoriano cortou uma fita feita com materiais coletados durante operações de limpeza costeira realizadas nas ilhas Galápagos, Patrimônio Natural da Humanidade.

Duque, por sua vez, saudou a criação da nova reserva e destacou que ela permitirá "garantir a sobrevivência de 40% de espécies marinhas no mundo".

Lasso anunciou a ampliação da reserva marinha de Galápagos, que possui flora e fauna únicas e ecossistemas frágeis, em novembro, em Glasgow, por ocasião da cúpula climática da ONU, a COP 26.

Então, assinou com seus colegas de Colômbia, Costa Rica e Panamá uma declaração com vistas a estender o corredor marinho do Pacífico Leste Tropical, que ligará as reservas dos quatro países.

A unificação das reservas dará origem no futuro ao maior e mais biodiverso corredor do planeta. Além disso, será criada uma área livre de pesca de mais de 500.000 km2 em uma das rotas migratórias mais importantes do planeta para tartarugas marinhas, baleias, tubarões e arraias.

Galápagos, por sua vez, também conta com um santuário de 38.000 km2, localizado entre as ilhas Darwin e Wolf, onde fica a área com maior população de tubarões do mundo.

"Os mares são grandes reguladores do clima mundial", afirmou Lasso, acrescentando que "cuidá-los não é idealismo ingênuo, é uma necessidade vital".

Em Glasgow, Lasso lançou à comunidade internacional a iniciativa de trocar a dívida externa do Equador pela conservação do arquipélago, situado a 1.000 km da costa continental.

O Equador tem um passivo externo de 46,974 bilhões de dólares (45% do PIB), do qual 16% correspondem a compromissos de pagamento com países como a China, seu principal credor, além de Inglaterra, Espanha e Estados Unidos.

A reserva marinha de Galápagos, onde a pesca industrial é proibida, é a segunda maior do mundo e dentro dela foram registradas mais de 2.900 espécies marinhas.

sp-pld/mr/mvv

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EUA Equador Colômbia clima meio-ambiente Panamá animais Costa Rica

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