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EUA dizem estar preparados para todos os cenários sobre Ucrânia

21:29 | Jan. 13, 2022
Autor AFP
Tipo Notícia

Os Estados Unidos indicaram nesta quinta-feira que a Rússia ainda não decidiu invadir a Ucrânia, e alertaram que estão preparados tanto para continuar dialogando, quanto para responder "com firmeza" em caso de ataque, após uma semana de diplomacia intensa, que não conseguiu afastar a ameaça de um novo conflito na Europa.

Funcionários russos discutiram o assunto durante uma reunião em Viena com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), terceira rodada de negociações diplomáticas nesta semana, após conversas diretas com os Estados Unidos e a Otan.

Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional do presidente americano, Joe Biden, disse que os Estados Unidos "não têm ilusões" quanto à Rússia, mas esperam que uma solução pacífica continue sendo possível. "Estamos prontos para avançar na mesa de negociações", declarou na Casa Branca. "E estamos prontos para tomar as medidas necessárias e adequadas para defender nossos aliados, apoiar nossos sócios e responder com firmeza a qualquer agressão aberta que possa ocorrer".

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O Ocidente acusou a Rússia de concentrar cerca de 100.000 soldados, tanques e artilharia na fronteira com a Ucrânia, para preparar um ataque contra aquele país. Mas Moscou diz que é uma resposta ao que vê como presença crescente da Otan em sua área de influência, onde se opõe ferozmente à expansão da aliança atlântica.

"A comunidade de inteligência não fez uma avaliação que indique que os russos decidiram definitivamente tomar um caminho de ação militar na Ucrânia", disse Sullivan. "Então, como a situação se encontra neste momento, a Rússia tem a oportunidade de se sentar à mesa" de negociações, assinalou.

- 'Risco de guerra' -

A OSCE, fundada durante a Guerra Fria para promover o diálogo Leste-Oeste, é um dos poucos fóruns dos quais participam tanto Washington quanto Moscou, e se reuniu em Viena para discutir o clima de tensão. Um total de 57 nações participaram do encontro.

"Parece que o risco de guerra na área da OSCE nunca foi tão intenso nos últimos 30 anos", disse o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau, que preside a OSCE este ano.

Helga Schmid, secretária-geral da OSCE, alertou que a situação na região é perigosa. "É imperativo que encontremos um caminho através da diplomacia para reduzir a tensão e começar a reconstruir a confiança, transparência e cooperação."

- Forças em Venezuela ou Cuba e 'decepção' russa -

O vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, que liderou as negociações com os Estados Unidos nesta semana, disse ao canal de língua russa RTVI que não vê "razões para sentar e conversar nos próximos dias para iniciar as mesmas discussões." Ryabkov não descartou que, se a diplomacia falhar, Moscou implante uma infraestrutura militar na Venezuela ou em Cuba, suas aliadas na América Latina.

Jake Sullivan chamou os comentários de Ryabkov de "bravata" e observou que a Rússia não levantou essa ideia nas discussões. "Se a Rússia se movesse nessa direção, abordaríamos o tema, decididamente."

O representante da Rússia na OSCE, Alexander Lukashevich, disse que seu país espera mais "discussões substanciais e profundas. Em grande medida, é uma decepção", manifestou, acrescentando que Putin seria informado e determinaria "o nível de preparação para tomar medidas adicionais".

O chefe da política externa da Uniao Europeia, Josep Borrell, declarou que não deveria haver conversas com autoridades russas sobre o destino da Ucrânia enquanto Moscou concentrar tropas na fronteira com aquele país. "Os movimentos russos são parte da pressão" exercida por Moscou para alcançar suas demandas, mas "está fora de questão negociar sob pressão."

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, considerou "absolutamente essencial" que o atual diálogo reduza a tensão. As negociações devem levar a uma forma de "evitar qualquer tipo de confronto, que será um desastre para a Europa e o mundo" se ocorrer, declarou.

As negociações são dificultadas pela situação pouco clara no leste da Ucrânia, controlado pelos rebeldes, onde a OSCE está encarregada desde 2014 de garantir que os acordos de paz de Minsk sejam respeitados. Isso, no entanto, não conseguiu acabar com os combates naquela região, com uma piora das condições para os observadores da OSCE em áreas controladas por separatistas pró-Rússia.

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