Talibã ordena que manequins sejam decapitados por "violar" a lei islâmica

Os talibãs ordenaram aos vendedores de roupas de Herat, no oeste do Afeganistão, que cortem as cabeças dos manequins em suas lojas, alegando que se opõem à sua interpretação da lei islâmica.

Esta nova diretriz se soma a uma série de medidas já anunciadas pelo Talibã para impor no país sua visão rígida do Islã, uma visão que limita as liberdades públicas, em especial para mulheres e meninas.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

"Pedimos aos comerciantes que cortem a cabeça dos manequins, porque é contra a lei (islâmica) da 'sharia'", disse à AFP nesta quarta-feira, 5, Aziz Rahman, chefe do serviço de Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, em Herat, cidade com cerca de 600 mil habitantes e terceira cidade do país.

"Se se limitarem a cobrir suas cabeças, ou esconderem o manequim (totalmente), o anjo de Alá não entrará na loja, ou em sua casa, para abençoá-los", alegou.

Segundo ele, os comerciantes prometeram obedecer.

Desde terça-feira, circula nas redes sociais um vídeo, no qual homens cortam cabeças de manequins femininos de plástico com serras.

Por enquanto, os talibãs não emitiram nenhuma ordem nacional sobre essas figuras de plástico, que não têm lugar em sua interpretação estrita da lei islâmica, uma vez que esta proíbe representações humanas.

Durante seu primeiro regime à frente do país, nos anos 1990, os talibãs destruíram várias estátuas históricas de budas. A ação chocou o mundo.

Desde que voltaram ao poder, eles prometem ser mais moderados para tentar mudar sua imagem internacional e receber ajuda humanitária. Por enquanto, porém, impuseram novas restrições, principalmente contra mulheres e meninas.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

religião talibas Mulheres política Afeganistão

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar