Mais de 300 pessoas ficam feridas após conflitos entre palestinos e policiais em Israel; entenda novo conflito

Estopim para o choque foi a ameaça de despejo de quatro famílias palestinas do bairro Sheikh Jarrah, que seriam retirados do local para ceder espaço a famílias judias

Mais de 300 pessoas ficaram feridas nos confrontos mais recentes entre a polícia de Israel e manifestantes palestinos, ocorridos durante a semana passada e início desta semana em Jerusalém Oriental. Nesta segunda-feira, 10, a mesquita de Al-Aqsa, um dos lugares mais sagrados para o islamismo, foi palco de conflitos que de acordo com a ONG Crescente Vermelho Palestino, deixando ao menos 305 palestinos feridos ao serem atingidos por balas de borracha e granadas de atordoamento. Do outro lado, as forças de segurança informaram que 21 agentes foram atingidos por pedras lançadas pelos palestinos.

O estopim para o choque, o mais violento dos últimos anos na parte árabe da cidade, foi a ameaça de despejo de pelo menos quatro famílias palestinas do bairro Sheikh Jarrah, que seriam retiradas do local para ceder espaço a famílias judias. Em Israel, a lei determina que se judeus provarem que familiares viviam em Jerusalém Oriental antes de 1948, podem reivindicar a restituição de direitos de propriedade.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

No sábado, 7, a Esplanada das Mesquitas na cidade santa estava lotada devido o último dia do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Segundo a polícia israelense, centenas de palestinos lançaram pedras e objetos contra os agentes, que responderam ao ataque.

Os confrontos ocorrem num momento em que cresce a tensão no setor oriental de Jerusalém e na Cisjordânia, territórios palestinos ocupados ainda em 1967 por Israel, e desde então objeto de conflito no Oriente Médio. O temor de organizações internacionais é que os atos gerem escalada da violência, desencadeando novos choques.

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que Israel suspenda os despejos, que poderiam equivaler a "crimes de guerra": "Gostaríamos de enfatizar que Jerusalém Oriental permanece parte do território palestino ocupado, em que se aplica o direito humanitário internacional", alertou o porta-voz Rupert Colville.
No fim de semana, a Suprema Corte de Israel suspendeu a audiência sobre despejo, prevista para esta segunda-feira. A audiência deve ocorrer em até 30 dias.

No último domingo, 6, domingo, um míssil foi disparado da Faixa de Gaza em direção a Israel numa possível resposta à ação das Forças Armadas israelenses que atingiu posições do movimento de resistência islâmica Hamas.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

israel palestina brasil mundo conflitos judeus islâmicos confronto

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar