Pequim minimiza risco de foguete chinês fora de controle

"A probabilidade de causar danos (...) é extremamente baixa", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

O governo chinês disse nesta sexta-feira (7) que o risco de que o foguete fora de controle após se separar da estação espacial de Pequim causar danos à Terra é "extremamente baixo", depois que os Estados Unidos alertaram sobre um possível perigo.

 

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Especialistas militares americanos disseram na véspera que o foguete Long March 5B poderia atingir a superfície entre sábado e domingo. Mas Pequim quis minimizar os riscos.

 

"A probabilidade de causar danos (...) é extremamente baixa", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

 

"A maioria dos componentes vai-se destruir" ao entrar na atmosfera, afirmou, acrescentando que as autoridades "informarão sobre a situação de maneira oportuna".

 

Na quinta-feira, a China lançou o primeiro dos três elementos de sua estação espacial, a CSS, que foi impulsionado por um foguete Long March 5B. É o corpo deste foguete que aterrissará nos próximos dias.

 

Após a separação do módulo espacial, o lançador começou a orbitar o planeta em trajetória irregular, perdendo altitude lentamente. Isso torna quase impossível qualquer previsão sobre seu ponto de entrada na atmosfera e, portanto, seu ponto de queda.

 

O secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, disse esperar que o objeto caia em um local desabitado "onde não prejudicará ninguém" e insinuou que foi negligência, por parte da China, deixar o corpo do foguete sair de órbita.

 

 

A China investiu bilhões de dólares em seu programa de exploração espacial, para refletir seu crescente perfil global e poder tecnológico, seguindo os passos de Estados Unidos, Rússia e Europa.

 

Assim, o espaço se tornou o mais recente cenário de enfrentamento entre China e Estados Unidos.

 

O lançamento do primeiro módulo da estação espacial chinesa "Palácio Celestial" em abril passado, com equipamentos de suporte de vida e espaço habitacional para astronautas, representou um marco nos ambiciosos planos de Pequim de estabelecer uma presença humana permanente no espaço.

 

O presidente Xi Jinping disse se tratar de um passo fundamental na "construção de uma grande nação de ciência e tecnologia".

 

Com a aposentadoria da Estação Espacial Internacional (ISS), prevista para depois de 2024, a instalação da China será a única estação espacial na órbita terrestre.

 

As autoridades espaciais chinesas dizem que estão abertas a receber colaboração estrangeira, embora não tenham deixado clara a extensão dessa cooperação.

 

A Agência Espacial Europeia enviou astronautas para a China para treinamento, que lhes permita trabalhar na estação espacial chinesa quando ela começar a funcionar.

 

Em março deste ano, a China também anunciou planos de construir, junto com a Rússia, uma estação lunar separada.

 

Planejada para a superfície, ou órbita da Lua, esta instalação estará equipada para fazer pesquisas experimentais e será o maior projeto de cooperação espacial da China até o momento.

 

O foguete Long March 5B não é o primeiro, em que a China perde o controle de um componente espacial que retorna à Terra.

 

Seu laboratório espacial Tiangong-1 se desintegrou ao reingressar na atmosfera em 2018, dois anos depois de ter deixado de funcionar. À época, as autoridades chinesas negaram terem perdido o controle da espaçonave.

 


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EUA aeronáutica China ciência

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