EUA: Biden deve revogar classificação dos houthis, do Iêmen, como terroristas

Cairo, 06/02/2021 - Um funcionário do alto escalão do Departamento de Estado dos Estados Unidos confirmou na sexta-feira que o presidente Joe Biden pretende remover os rebeldes houthis, do Iêmen, da lista norte-americana de grupos terroristas. A informação foi dada após membros do Congresso terem sido notificados dos planos do governo. O oficial disse ainda que a medida não muda em nada a visão da administração Biden sobre os houthis, que têm civis como alvo e sequestram norte-americanos.

Agências de ajuda que trabalham no Iêmen elogiaram os planos dos EUA. O chefe do Comitê Internacional de Resgate, David Miliband, disse que a designação de terroristas não contribui para enfrentar o terrorismo no país mais pobre do mundo árabe; apenas prejudica entregas de ajuda a iemenitas que vivem em áreas controladas por houthis.

"É uma decisão adicional, vital e correta para trazer esperança à população em crise do Iêmen. Os próximos passos serão levantar ajuda, negociar um cessar-fogo permanente e fazer o processo diplomático avançar para estabelecer um acordo político sustentável", afirmou Miliband.

Por anos, os houthis, apoiados pelo Irã, governaram a capital e o norte do Iêmen, onde vive a maioria da população, forçando grupos de ajuda internacional a trabalhar com eles e inclusive pagar aos houthis para entregar suprimentos.

O governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, classificou os houthis como uma organização terrorista estrangeira, o que limitou a prestação de ajuda ao Iêmen. A guerra no país, que já matou cerca de 130 mil pessoas, incluindo mais de 13 mil civis, começou em setembro de 2014 quando os houthis tomaram a capital Sanaa e iniciaram uma marcha para o sul para tentar tomar o país inteiro. A Arábia Saudita, junto com Emirados Árabes Unidos e outros países, entrou na guerra ao lado do governo internacionalmente reconhecido do Iêmen em março de 2015.

O diretor do Iêmen para o Conselho de Refugiados da Noruega, Mohamed Abdi, instou o governo Biden a pressionar por um cessar-fogo e restaurar o financiamento para todas as áreas do Iêmen. "O governo Biden tem uma oportunidade histórica de mudar o papel dos EUA no Iêmen, de corretor de armas sob o governo anterior para pacificador", disse ele.

Os EUA estão entre os maiores doadores do Iêmen, mas suspenderam no ano passado milhões de dólares em ajuda às áreas controladas por houthi, após relatos de roubo e saque de suprimentos de socorro. Fonte: Associated Press.

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