Borussia M’Gladbach, a pedra no sapato do Bayern de Munique

Autor DW Tipo Notícia
Bayern e Borussia M'Gladbach subiram para a primeira divisão do campeonato alemão no mesmo ano. Décadas depois, rivalidade histórica está sempre presente entre time de Munique e os "onze potros" de Mönchengladbach.Coincidência ou não, Bayern e Borussia M'Gladbach subiram para a primeira divisão do campeonato alemão no mesmo ano. Foi em 1965 quando a recém-criada Bundesliga ainda engatinhava e dava início à sua terceira temporada no segundo semestre daquele ano. Poucos imaginavam que na década seguinte esses dois times iriam dominar o cenário do futebol alemão.O divisor de águas na história do Gladbach se deu em meados da década de 1960 quando o clube contratou o lendário treinador Hennes Weisweiler. A situação financeira do clube não permitia a contratação de grandes estrelas e o técnico apostou todas suas fichas no desenvolvimento de jovens talentos. Ao perceber o rico potencial humano que tinha em mãos não enquadrou seus jogadores em sistemas fixos de jogo, mas privilegiou o individualismo e deu ampla liberdade em campo aos seus comandados.Os onze potrosO resultado foi um futebol ofensivo livre e solto que, por sua vez, deu origem ao apelido que perdura até hoje – Fohlenelf (onze potros). Weisweiler soube como poucos conceder liberdades táticas à sua equipe durante uma partida e aproveitar ao máximo o entusiasmo juvenil dos seus talentos sempre sedentos por gols, cada vez mais gols.Em seu segundo ano na Bundesliga, o Gladbach terminou apenas em oitavo lugar, mas em compensação ostentava, juntamente com o Borussia Dortmund, o ataque mais eficiente da Liga com 70 gols marcados. Um dos atacantes atendia pelo nome de Jupp Heynckes com 22 anos na época. Marcou 14 gols naquela temporada e quando encerrou sua carreira contabilizava 325 gols marcados em jogos oficiais.O duelo permanente com o Bayern. Os anos 70, sempre sob o comando de Hennes Weisweiler, entrariam definitivamente para a história dos "potros”. Foram cinco títulos de campeão alemão conquistados pelo Borussia M'Gladbach naquela década e foi também naqueles tempos que se desenvolveu o duelo permanente com o Bayern. Ao todo, entre 1969 e 1979, em apenas duas oportunidades, o título não foi nem para Munique, nem para Mönchengladbach. Colônia e Hamburgo levantaram a salva de prata respectivamente em 1978 e 1979. De resto, teve quatro triunfos do Bayern e cinco do Gladbach. Para Lothar Matthäus, que jogou pelos dois clubes, a ideia do grande clássico do futebol alemão, vem daqueles tempos: "Para mim, do ponto de vista histórico, Gladbach versus Bayern não é apenas um clássico como tantos outros, mas é o 'Klassiker' por excelência”.Matthäus, por sinal, durante muito tempo foi considerado um traidor pela torcida do Gladbach. Na final de 1984 da Copa da Alemanha, de contrato já assinado com o Bayern, ele desperdiçou uma cobrança de penalidade máxima e o título acabou caindo no colo dos bávaros. Rivalidade histórica sempre presenteFato é que, mesmo não tendo havido disputas diretas pelo título entre Bayern e Gladbach desde os tempos em que os dois formavam a base do elenco da seleção alemã campeã mundial de 1974 – com seis bávaros e cinco potros – vira e mexe a rivalidade histórica vem à tona.Foi assim nas últimas três temporadas e também na atual. Não dá para negar que o Gladbach desde 2018 está em ascensão e tenta se estabelecer na primeira prateleira do futebol alemão com relativo sucesso. Tanto é verdade que conseguiu se classificar para as oitavas de final da Champions League.O crescimento de produção dos potros se traduz também nos confrontos diretos com os bávaros. Dos últimos sete confrontos entre as duas equipes, três foram vencidos pelo Bayern e quatro pelo Gladbach, já contemplando nessa estatística a partida de alguns dias atrás quando a equipe comandada por Marco Rose venceu de virada o atual octacampeão. E por falar em Marco Rose é bom lembrar que ele é o único técnico em atividade com balanço favorável no duelo com o badaladíssimo Hansi Flick. Rose está vencendo por 2 a 1. Não é à toa que o outro Borussia, aquele de Dortmund, está estendendo seus tentáculos em direção ao vitorioso treinador que, por sinal, trabalhou com Jürgen Klopp e é admirador incondicional do trabalho do seu colega do Liverpool. Para bom entendedor, um pingo é letra.-- Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Atuou nos canais ESPN como especialista em futebol alemão de 2002 a 2020, quando passou a comentar os jogos da Bundesliga para a OneFootball de Berlim. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Autor: Gerd Wenzel

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