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Boris Johnson diz que tentará acordo, mas acha provável Brexit nos termos da OMC

Por Luciana Collet

São Paulo, 13/12/2020 - Embora tenha concordado com a extensão das negociações para um potencial acordo comercial pós-Brexit, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, indicou pouca esperança de que um acordo possa ser efetivamente fechado dentro das próximas semanas, tendo em vista que Reino Unido e a União Europeia ainda estão muito distantes em questões-chave.

"Vamos continuar tentando, e vamos tentar de todo o coração e seremos o mais criativos possível", disse o primeiro-ministro britânico, durante coletiva de imprensa, reiterando o que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também anunciou neste domingo, sobre a continuidade das negociações. "As pessoas esperam que façamos um esforço extra", completou.

Segundo Johnson, ainda há um acordo a ser feito "se nossos parceiros quiserem fazê-lo - mas continuamos muito distantes nessas questões-chave". "Mas onde há vida, há esperança", completou.

Na visão do primeiro-ministro britânico, o Reino Unido "não pode ficar preso à órbita regulatória da UE". "Obviamente temos que retomar o controle de nossas pescas, então esses são os pontos - acho que está muito claro do que o Reino Unido está falando."

Ele afirmou ter repetido à von der Leyen sua oferta de falar com "outras capitais", mas disse que a Comissão Europeia estava "muito determinada" em manter as negociações entre o Reino Unido e a Comissão.

"O mais provável agora é que temos que nos preparar para os termos da OMC (Organização Mundial do Comércio)", disse Johnson. "Há clareza e simplicidade nessa abordagem, que tem suas próprias vantagens", afirmou, acrescentando: "Não é onde queríamos chegar".

Sem um acordo, o Reino Unido terá de comercializar com o bloco nos termos da OMC, com todas as tarifas e barreiras que isso significa. As tarifas seriam aplicadas a muitos produtos britânicos, incluindo 10% para carros e mais de 40% para cordeiros, por exemplo. O governo do Reino Unido reconheceu que uma saída sem acordo provavelmente trará escassez temporária de alguns bens e aumentos de preços de alimentos básicos.

Segundo Johnson, o Reino Unido já fez "enormes preparativos" para sair sem um acordo. "Já estamos nisso há quatro anos e meio, é muito tempo. Talvez mais intensamente nos últimos dois anos do que antes. Estamos prontos", afirmou. E reiterou: "Aconteça o que acontecer, o Reino Unido se sairá muito bem", disse, repetindo uma declaração já dada neste sábado.

*Com agências internacionais

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