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Muros de universidades e escolas em Portugal amanhecem com ofensas racistas e xenofóbicas nesta sexta-feira, 30

As mensagens já foram apagadas dos muros das instituições, mas imagens viralizaram na internet
20:47 | Out. 30, 2020
Autor Redação O POVO
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Duas universidades, três escolas e um centro de acolhimento de Lisboa, em Portugal, amanheceram nesta sexta-feira, 30, com pichações racistas e xenofóbicas nos muros. Algumas ofensas escritas nas prédios continham mensagens direcionadas aos brasileiros. “Zucas [diminutivo de brazucas], voltem para as favelas. Não vos queremos aqui!”, diz um dos insultos marcados na Escola Secundária Eça de Queiroz. As informações são da Folha de S.Paulo.

No ano passado, a mesma instituição já havia sido vandalizada com frases de cunho racista, como “Portugal é branco, preto voltem para a África” e “sim ao racismo”. No início da tarde de sexta-feira, a maioria dos muros já haviam sido pintados e as ofensas, apagadas. No entanto, as imagens com os insultos se espalharam pela internet.

A polícia de Portugal está investigando o acontecido, mas, até agora, nenhuma informação foi divulgada sobre os suspeitos das pichações. A reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Capeloa Gil, repudiou publicamente o conteúdo das pichações, que também foram feitas na instituição.

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"A UCP foi hoje alvo de uma ação de vandalismo com teor discriminatório e racista. A universidade rejeita este atentado contra os seus princípios basilares e continuará, firmemente, a defender o respeito pela dignidade da pessoa, rejeitando todas as formas de discriminação", disse a gestora, de acordo com a Folha de S.Paulo. Os representantes de outras instituições de ensino atingidas pelo ataque também repudiaram a atitude.


Racismo em Portugal

No decorrer de 2019 e 2020, escolas de Portugal têm sido espaço para uma série de episódios de racismo e xenofobia, muitas das vezes, dirigidos a alunos brasileiros. Em abril de 2019, alunos da faculdade de direito da Universidade de Lisboa causaram polêmica ao exporem uma caixa de pedras na instituição com a utilidade de “atirar nos zucas”.

Em agosto de 2020, um grupo de extrema-direita organizou uma passeata que referenciou o movimento racista americano Ku Klux Klan em frente à sede da ONG SOS Racismo, em Lisboa. Algumas semanas depois, representantes da ONG e outras lideranças antirracistas e duas deputadas negras receberam um ultimato de 48 horas para deixar o País.
Menos de um mês antes, em 25 de julho, um homem negro, Bruno Candé, 39, foi assassinado enquanto passeava com a família perto de casa. De acordo com testemunhas, o assassino disse "preto, vai para a tua terra" antes de disparar. O suspeito, de 80 anos, teria histórico de ofensas racistas a Candé e a toda sua família.

De acordo com a Folha de S.Paulo, os brasileiros compõem a maior comunidade estrangeira de Portugal, com um brasileiro a cada quatro imigrantes. Os brasileiros também lideram com folga o ranking dos alunos internacionais no sistema de ensino de Portugal.

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