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Confrontos violentos entre o Azerbaijão e separatistas armênios em Nagorno-Karabakh

Em um clima bélico muito tenso, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, disse que seu exército lançou "golpes devastadores" ao inimigo e prometeu "vencer" nesses combates
10:50 | Set. 27, 2020
Autor AFP
Tipo Notícia

Confrontos violentos, com mortos e feridos entre civis e militares, eclodiram neste domingo, 27, entre forças do Azerbaijão e separatistas da região de Nagorno-Karabakh, apoiados pela Armênia, que declarou a mobilização geral e a lei marcial.

 

Em um clima bélico muito tenso, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, disse que seu exército lançou "golpes devastadores" ao inimigo e prometeu "vencer" nesses combates. Já a Armênia declarou a mobilização geral e a lei marcial, e seu primeiro-ministro, Nikol Pashinian, pediu para estarem "preparados para defender a pátria" e também garantiu: "vamos vencer".

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Nagorno-Karabakh é uma região separatista do Azerbaijão, de maioria armênia e que conta com o apoio de Erevã - capital da Armênia. No início dos anos 1990, foi palco de um conflito que deixou 30.000 mortos.

 

Desde então, as autoridades azeris querem retomar seu controle, mesmo que à força. As negociações de paz estão estagnadas há anos.

 

Um conflito maior entre Armênia e Azerbaijão poderia gerar a intervenção de potências rivais na região, como Rússia e Turquia.

 

Um porta-voz do Ministério da Defesa azeri anunciou que o Exército de seu país havia conquistado, neste domingo, seis povos sob controle armênio nos combates em Nagorno-Karabakh.

 

Moscou pediu, neste domingo, o fim dos confrontos em Nagorno-Karabakh, dizendo às partes para "cessarem imediatamente o fogo e iniciarem negociações para estabilizar a situação". Os dois lados se acusam mutuamente de ter lançado as hostilidades.

 

A União Europeia e França também pediram um cessar-fogo.

 

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, aliado tradicional do Azerbaijão, renovou seu apoio a este país em uma conserva telefônica com seu homólogo azeri.

 

O Ministério da Defesa azeri indicou em um comunicado que lançou uma "contra-ofensiva em toda a linha de frente" para "acabar com as atividades militares das forças armadas armênias".

 

"Há mortos e feridos entre civis e militares", declarou a presidência do Azerbaijão, enquanto o mediador público de Karabakh informou sobre "vítimas civis" na população da região.

 

As autoridades da região separatista de Nagorno-Karabakh decretaram a "mobilização geral". Seu Ministério da Defesa disse ter destruído 4 helicópteros, 15 drones e dez tanques azaris.

 

O Azerbaijão indicou anteriormente que um de seus helicópteros havia sido abatido, mas que sua tripulação estava a salvo.

 

A Armênia anunciou a morte de uma mulher e uma criança.

 

As duas ex-repúblicas soviéticas estão em conflito há décadas pela região separatista de Nagorno-Karabakh.

 

Separatistas e azeris se enfrentam com frequência, mas Armênia e Azerbaijão também o fazem diretamente.

 

Esses dois países já se enfrentaram em julho nos confrontos mais graves desde 2016 e que geraram preocupações sobre a desestabilização da região. Então Rússia, Estados Unidos e a União Europeia pediram a ambos os rivais que encerrassem o conflito, enquanto a Turquia ofereceu seu apoio a Baku - capital do Azerbaijão.

 

O Azerbaijão possui imensas reservas de petróleo, o que lhe confere grandes gastos militares.

 

A Armênia, muito mais pobre, é um país mais próximo à Rússia, que tem lá uma base militar.

 

Moscou vende armas para ambos os países, mas tornou-se um árbitro na região, evitando por enquanto uma guerra aberta.

 

"Agora estamos muito perto de um conflito em grande escala", afirmou à AFP Olesya Vartanyan, especialista do International Crisis Group, que considera que esta nova escalada é explicada em parte pela falta de uma mediação internacional ativa nos últimos tempos.

 

"Desde a epidemia do coronavírus, o conflito foi esquecido e os diplomatas já não vão mais a Baku ou Everã, nem mesmo após os confrontos de julho", lamentou a especialista.


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