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Líder opositora do Peru critica moção contra presidente

A opositora Keiko Fujimori, maior adversária do presidente peruano, Martín Vizcarra, criticou neste domingo, 13, a moção para destituí-lo do poder, e pediu que o Congresso "atue com cautela" no processo. "Até hoje, não existem elementos suficientes, nem procedimentos necessários para destituir o presidente", afirmou Keiko em vídeo publicado nas redes sociais.
O Congresso votará na próxima sexta-feira, 18, a destituição de Vizcarra, por suspeita de ter pedido que duas assessoras mentissem na investigação de supostas irregularidades na contratação de um cantor para um evento, segundo áudios divulgados na quinta-feira.
A primogênita do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) e líder do partido opositor Força Popular (de direita) disse que destituir um presidente é uma medida extrema, tomada após se esgotarem todas as outras vias. "Se no caminho aparecerem elementos adicionais que nos mostrem que esta medida é indispensável, não hesitaremos em apoiá-la. Até que isto aconteça, devemos esgotar as outras possibilidades", disse.
Keiko, duas vezes candidata à presidência, passou mais de um ano em prisão preventiva devido à investigação do escândalo envolvendo casos de propina pago pela empreiteira Odebrecht.
Com 15 legisladores, o Força Popular é a quarta bancada no fragmentado Congresso peruano, após perder, há um ano, a hegemonia conquistada em 2016. Na ocasião, Vizcarra dissolveu constitucionalmente o parlamento em meio a choques com o fujimorismo.
Na sexta-feira, 11, o Congresso do Peru aprovou por 65 votos a favor, 36 contra e 24 abstenções, a moção de vacância, que na prática é a abertura de um processo para destituir Martín Vizcarra por "incapacidade moral". Se aprovada, será a segunda destituição em 20 anos no Peru. Antes da votação, o governo classificou a ação como um "golpe de Estado".
Vizcarra, que assumiu o poder em março de 2018 após a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski, do qual era vice, aparece em áudios que se tornaram públicos pedindo a seus assessores que mentissem.
O caso estourou em maio, quando a imprensa descobriu em plena pandemia que o Ministério da Cultura havia contratado o cantor Richard Cisneros, conhecido como Richard Swing, como palestrante e apresentador. Cisneros se gabava na de ter sido conselheiro do governo de Vizcarra. O Parlamento abriu, então, uma investigação sobre os contratos.
Nos três áudios divulgados no Congresso peruano, Vizcarra pede às assessoras Miriam Morales e Karem Roca que mintam sobre a quantidade de vezes que Cisneros foi ao palácio do governo. "É preciso dizer que ele entrou duas vezes", pede Vizcarra. "O que fica claro é que nessa investigação todos estamos envolvidos", acrescenta o presidente.
A moção lembra duas iniciativas semelhantes movidas contra Pedro Pablo Kuczynski em dezembro de 2017 e março de 2018, o que levou à renúncia do ex-banqueiro do cargo de presidente peruano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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