Nova Zelândia adia eleições gerais após novo surto de covid-19

Autor DW Tipo Notícia
Primeira-ministra Jacinda Ardern anuncia que votação ocorrerá um mês após data original. Modelo no combate à pandemia, país enfrenta ressurgimento de casos após 102 dias sem contágios locais.A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou neste domingo (16/08) o adiamento por um mês das eleições gerais por causa do ressurgimento de casos de coronavírus no país. A votação, que estava agendada para 19 de setembro, será realizada em 17 de outubro."Esta decisão dá a todos os partidos o tempo necessário para fazer campanha durante as próximas nove semanas e dá à Comissão Eleitoral tempo suficiente para assegurar que as eleições possam ser realizadas", declarou a chefe de governo neozelandesa.A medida foi anunciada dias depois de o país, que é tido como modelo no combate à pandemia, voltar a registrar casos de coronavírus após 102 dias sem contágios de transmissão local.A primeira-ministra, de centro-esquerda, estava sob pressão para adiar a data das eleições, já que todos os partidos suspenderam as campanhas eleitorais devido ao regresso da pandemia de covid-19 ao país, registrado na semana passada e cuja origem permanece desconhecida.A Nova Zelândia, que adotou um dos regimes de restrições mais rigorosos do mundo no início da pandemia, quando registrou cerca de 50 casos, suspendera as restrições em 9 de junho.Na sexta-feira, o governo neozelandês decidiu prolongar por mais 12 dias o lockdown em Auckland, a maior cidade do país, para combater o ressurgimento da covid-19.Jacinta Ardern ordenou o restabelecimento do confinamento na cidade após o aparecimento de novos casos contágio pela doença, quebrando uma sequência de 102 dias sem infecções domésticas identificadas no país. Considerada um exemplo pelo seu vigor em combater a pandemia, a Nova Zelândia só vinha registrando alguns poucos casos importados nos últimos meses. A primeira-ministra reconheceu que há uma grande ansiedade no país com o regresso da covid-19, detectada em quatro pessoas na terça-feira, em Auckland. Nesta segunda, foram confirmadas mais nove infecções por covid-19, elevando o número de casos ativos para 78.Jacinta Ardern disse ter passado o fim de semana consultando os dirigentes dos partidos e a Comissão Eleitoral sobre a data das eleições. Segundo a primeira-ministra, o adiamento da data das eleições permitirá que todos os partidos façam uma campanha nas mesmas condições. Ela também garantiu que a nova data não será alterada, independentemente da situação. "Não tenho absolutamente nenhuma intenção de alterar isso", insistiu.Jacinta Ardern está com taxa de popularidade de 60% nas sondagens, por sua gestão da pandemia, do atentado às mesquitas de Christchurch no ano passado e da erupção do vulcão em White Island.O Partido Trabalhista, de Ardern, está em vantagem nas pesquisas, com condições de vencer as eleições e governar sozinho, sem precisar de ajuda dos pequenos partidos com os quais fez coligações durante a legislatura que chega ao fim.A Nova Zelândia, com uma população de cerca de 5 milhões de habitantes, teve um total de 1.280 casos confirmados de coronavírus desde fevereiro. Antes do novo surto, o último diagnóstico de transmissão local havia sido identificado em 1° de maio. Ao todo, 22 pessoas morreram no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a classificar a reação do país de exemplar por "eliminar com sucesso a transmissão na população".No início da pandemia, a Nova Zelândia fechou suas fronteiras e impôs uma quarentena estrita de um mês de duração logo após o início do primeiro surto. O primeiro caso no país foi detectado em 28 de fevereiro de 2020.MD/lusa/afp______________A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube| App | Instagram | Newsletter

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