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Base para acordo do Brexit está pronta, diz Bruxelas; Johnson busca votos

As equipes negociadoras da União Europeia (UE) e do Reino Unido se encontram reunidas, nesta quarta-feira, 16, em negociações para tentar desbloquear o Brexit, na véspera de uma cúpula europeia crucial para afastar o temido divórcio sem acordo em 31 de outubro.
"As bases fundamentais de um acordo estão prontas e, em tese, amanhã (quinta-feira), poderíamos aceitar este acordo", disse o chefe do Conselho Europeu, Donald Tusk, acrescentando que a negociação terminará nas próximas horas.
Uma fonte europeia afirmou que "ainda não há fumaça branca (indicando a conclusão do acordo)", mas que tudo está solucionado a não ser a aplicação do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) na Irlanda do Norte. "Está quase pronto, é muito promissor", disse a fonte.
"Ainda restam várias questões importantes para resolver", declarou mais cedo em Bruxelas o comissário europeu de Migrações, Dimitris Avramopoulos, transmitindo as explicações dadas pelo negociador Michel Barnier à Comissão Europeia.
Londres é da mesma opinião. Após um dia inteiro de negociação que se estendeu até depois da meia-noite de terça, "houve avanços, mas ainda há muito trabalho por fazer", afirmou um porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson.
O premiê reuniu seus principais ministros nesta quarta e lhes disse que há "uma possibilidade de conseguir um bom acordo", completou seu porta-voz. "Há uma série de assuntos pendentes", admitiu.
"Quero crer que um acordo está a ponto de ser finalizado", afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, depois de reunir-se com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em Toulouse.
O tempo urge. O Brexit está previsto para 31 de outubro, mas Londres tem até o sábado, 19, para conseguir um pacto com a UE. Caso contrário, deve pedir uma nova prorrogação, conforme imposto por uma lei do Parlamento britânico adotada em setembro.
O ministro britânico para o Brexit, Steve Barclay, confirmou nesta quarta aos deputados a vontade do Executivo de cumprir a lei, mas reiterou sua aposta em deixar o bloco no fim do mês. Com este objetivo, seguem "negociações intensas".
Na reta final, o otimismo da véspera abriu caminho para a prudência. Após conversar por telefone com Johnson, o premiê irlandês, Leo Varadkar, apontou "um caminho para um possível acordo", destacando as arestas que ainda precisam ser aparadas.
Na semana passada, Londres e Bruxelas decidiram dar um novo impulso às negociações para tentar alcançar um acordo antes da cúpula de presidentes prevista para estas quinta e sexta-feira.
Esforços críticos
Os negociadores tentam buscar uma solução para garantir um comércio fluido de bens entre Irlanda, país da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte, territórios que já gozam da livre circulação de seus cidadãos.
Outro ponto é a proteção dos acordos de paz da Sexta-Feira Santa de 1998, que puseram fim a décadas de conflito sangrento na ilha da Irlanda, assim como resguardar o mercado único europeu de uma concorrência desleal de seu ainda sócio.
Também há o problema do direito a veto que, segundo Londres, o Parlamento norte-irlandês teria. A cada quatro anos, esta Casa poderá se pronunciar sobre se quer continuar respeitando as regras do mercado único europeu na Irlanda do Norte.
A líder do partido unionista norte-irlandês DUP, Arlene Foster, principal parceira de Johnson em Westminster, disse à BBC que queria aprovar um acordo, mas não faria isso se achar que separará a Irlanda do Norte do resto do Reino Unido.
Suas palavras não acabam com a incerteza sobre se o Parlamento britânico poderia aprovar um eventual acordo, antes que a Eurocâmara se pronuncie sobre o texto, procedimentos necessários para uma saída ordenada.
Na memória, estão frescas as três rejeições do Parlamento britânico ao acordo firmado em novembro passado entre a então premiê Theresa May e a UE. Nesse contexto delicado, o bloco não descarta uma nova cúpula de chefes de Estado e de governo em Bruxelas antes de 31 de outubro.
Para ratificar um eventual pacto no Parlamento, Johnson precisa do apoio dos quase 30 deputados eurocéticos que votaram contra os tratados apresentados por May. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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