Argentina declara moratória e pede mais prazo para pagar empréstimo do FMI
"A prioridade hoje é garantir estabilidade porque é inútil lançar medidas de reativação se não houver estabilidade", disse o ministro da Fazenda, Hernan Lacunza, que assumiu o cargo na semana passada.Após mais um dia instabilidade econômica, o governo da Argentina declarou moratória nesta quarta-feira (28) e pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que revise os prazos de vencimento de um empréstimo de US$ 56 bilhões, que deveria começar a ser pago em 2021.
O governo ainda anunciou que pretende estender suas dívidas de curto prazo com pessoas jurídicas, como bancos e seguradoras, que detém 10% desses papeis. Pessoas físicas, que detém 90% da dívida de curto prazo, não serão afetadas.
"A prioridade hoje é garantir estabilidade porque é inútil lançar medidas de reativação se não houver estabilidade", disse o ministro da Fazenda, Hernan Lacunza, que assumiu o cargo na semana passada.
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AssinePela proposta do governo argentino, as dívidas de curto prazo com pessoas físicas serão pagas integralmente. Já as dívidas de curto prazo com pessoas jurídicas serão pagas com a seguinte fórmula: 15% no vencimento, 25% após três meses do vencimento, e 60% após seis meses do prazo original.
Por fim, as dívidas de longo prazo no exterior, como o empréstimo cedido pelo FMI, serão refeitas, com um pedido de ampliação de prazo. Neste caso, a adesão dos credores é voluntária, segundo o governo argentino.
O ministro Lacunza ainda estimou que as negociações com FMI podem começar ainda sob o mandato do presidente Mauricio Macri, mas terminarão "inexoravelmente" no mandato do próximo governo, que vai começar em 10 de dezembro. O ministro das Finanças disse, no entanto, que a abertura do diálogo não altera o cumprimento das metas atuais já fechadas com o Fundo.
Contextualização
A Argentina vem passando por uma forte turbulência financeira, com depreciação superior a 20% do valor do peso e aumento do risco-país. O quadro se agravou após o presidente Mauricio Macri sofrer uma derrota nas eleições primárias de 11 de agosto para o candidato kirchenerista Alberto Fernández.
Nesta quarta-feira, a cotação do dólar superou os 60 pesos, apesar de o Banco Central argentino colocar à venda mais de US$ 350 milhões. Já o risco-país disparou mais de 2.100 pontos.
*A Deutsche Welle é o canal de comunicação internacional da Alemanha
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