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Oposição paraguaia protocola pedido de impeachment contra presidente e vice

Um grupo de 30 deputados opositores ao governo paraguaio apresentou nesta terça-feira, 6, o pedido de impeachment contra o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, o vice-presidente Hugo Velázquez e o ministro da Fazenda, Benigno López, em razão do acordo fechado com o governo brasileiro em maio deste ano sobre a venda de energia da Usina de Itaipu.
Ainda na semana passada, a abertura do pedido de impeachment ainda não era uma certeza, devido à retirada total de apoio do Partido Colorado (ANR), que é alinhado ao presidente da república. A justificativa seria o cancelamento do acordo com o Brasil, no dia 1º, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Mesmo assim, o grupo liderado pelo Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), opositor ao governo, alinhou-se a partidos menores para apresentar o pedido. A retirada total de apoio do Colorado, em tese, indica que não haverá votos suficientes para aprovação em plenário do impeachment, já que são necessários mais de 50 votos.
A apresentação do pedido, agendada para esta terça desde o fim de semana, coincidiu com o mesmo dia em que o jornal paraguaio ABC Color divulgou troca de mensagens entre Benítez e o então presidente da estatal energética responsável por Itaipu (Ande), Pedro Ferreira, que mostram que Benítez tinha conhecimento dos detalhes do acordo com a Eletrobras, e ainda teria sido pressionado pelo Brasil para aceitar os termos do acordo.
Ambos os episódios levaram os congressistas do Partido Colorado a se reunirem nesta terça na casa do ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes, segundo o ABC Color, para discutir se a sigla manterá o apoio a Benítez.
Cartes lidera uma das bancadas do partido, normalmente alinhada ao governo. A outra metade do Colorado, denominada Añetete, a princípio havia se posicionado contra o apoio colorado a Benítez. Caso a parte liderada por Cartes mude de opinião, é provável que a bancada Añetete não hesite em também fazê-lo.
Entenda o caso
O acordo bilateral assinado em 24 de maio para a contratação de energia da Usina de Itaipu entre Brasil e Paraguai provocou uma crise política no governo do presidente Mario Abdo Benítez desde que veio a público, no final de julho. A imprensa paraguaia revelou que uma cláusula que favorecia Assunção no pacto foi deixada de lado e o aumento do preço repassado ao consumidor paraguaio não foi divulgado ao grande público.
Na esteira da crise, a imprensa paraguaia também noticiou que um assessor jurídico de Velásquez agiu para beneficiar a empresa brasileira Léros, que tinha interesse na contratação de energia de Itaipu sem a autorização da Eletrobras, à época algo irregular.
A crise resultou na renúncia do chanceler paraguaio, Luis Alberto Castiglioni, do embaixador do país no Brasil, Hugo Saguier, e do presidente da Ande.

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