Empresas brasileiras fecham negócios de US$ 516 milhões na China
As 53 empresas brasileiras que encararam o desafio de negociar seus produtos na SIAL China 2019 - maior feira dos setores de Agronegócio, Bebidas e Alimentos do gigante asiático e uma das maiores do mundo - voltam para casa satisfeitas. No total, foram negociados US$ 516,7 milhões no evento, cifra que pode alcançar mais de US$ 2 bilhões ao longo dos próximos 12 meses, a partir dos contatos feitos e de vendas futuras.
A presença brasileira no evento – realizado na semana passada - foi organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Consulado do Brasil em Xangai. Na oportunidade, foram realizadas 1971 reuniões de negócios, 1531 das quais com potenciais novos clientes.
Predomínio das carnesO melhor desempenho brasileiro veio das empresas que trabalham proteínas animais, cuja presença na feira chinesa foi coordenada pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) em parceria com a Apex-Brasil.
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AssineA participação brasileira contou com a presença de 16 empresas: Barra Mansa, Boi Brasil, Cooperfrigu, Estrela, Frigol, Frigotil, Frisa, Iguatemi, JBS, Minerva, Marfrig, Masterboi, Mataboi, Mercúrio, Naturafrig e Plena. “Nossa avaliação é de que a SIAL 2019 foi muito proveitosa, num momento em que o Brasil negocia a ampliação das exportações para a China por meio de novas habilitações”, ressaltou o presidente da Abiec, Antônio Camardelli.
Outro detalhe é que, diante do cenário de guerra fiscal entre China e Estados Unidos, essa edição da SIAL China teve como apelo especial a busca da garantia de abastecimento ao país.
O gerente de Agronegócios da Apex-Brasil, Igor Brandão foi questionado pela mídia local sobre a capacidade brasileira de ocupar espaços deixados pelos norte-americanos. “Nossas empresas precisam estar preparadas e competitivas para qualquer contexto. A guerra econômico-comercial é uma conjuntura de momento, que pode passar. Por isso precisamos estar atuantes e preparados para uma presença e fornecimento de longo prazo, não apenas conjuntural”, destacou.
Mercado giganteA China é o principal parceiro comercial do Brasil há vários anos. Pelos dados do Ministério da Economia, o comércio entre os dois países, somando exportações e importações, atingiu cerca de U$ 100 bilhões no ano passado. Os principais produtos de exportação do Brasil para os chineses são soja, petróleo (não refinado) e minérios de ferro. Já o Brasil importa da China principalmente produtos manufaturados em geral.
Para se ter uma ideia da representatividade chinesa no mercado global, estima-se que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - supere 6% ao ano até 2020 e que os gastos totais dos consumidores chineses devem crescer 9,1% ao ano, em média, entre 2016 e 2020. Esse crescimento será impulsionado pelas classes de renda média-alta e alta, sobretudo os consumidores nascidos nos anos 80 e 90 (os chamado “millennials”), faixa da população mais propensa a experimentar novos produtos.
A região de Xangai, onde se realiza a SIAL China 2019, é uma das Zonas Econômicas Especiais do país e uma das mais populosas cidades, importante hub - anel de conecção - para realização de negócios. “Estar presente em Xangai significa também a possibilidade de estabelecer operação de distribuição para outras regiões da China”, reforça Brandão.
Carne brasileira elogiadaA agenda da viagem também incluiu uma visita ao porto e armazéns da Zona Franca de Zhangjiagang, localizada entre três grandes capitais de províncias chinesas, as cidade de Xangai, Hangzhou e Nanquim. A presidente de uma grande companhia de logística da cidade, Xu Lujia, elogiou a carne brasileira, a mais consumida na região, e destacou que espera cada vez mais empresas brasileiras chegando à China pelo porto de Zhangjiagang.
“A carne brasileira, de vaca, porco ou frango, já é a mais consumida por aqui e nossa infraestrutura de câmaras frias permite uma expansão exponencial das quantidades exportadas pelo Brasil à China”, destacou Lujia.
*Com informações da Apex-Brasil
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