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Jovem se recusa a tomar vacina, é suspenso, processa escola, perde caso e pega catapora

Jerome Kunkel se recusou a tomar a vacina alegando motivos religiosos e foi suspenso
00:00 | Mai. 10, 2019
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Um estudante norte-americano de 18 anos acentuou, no mês de abril, o já intenso debate nos Estados Unidos acerca da obrigatoriedade da vacinação para doenças contagiosas. Jerome Kunkel chamou a atenção do país após processar seu colégio, Our Lady of Sacred Heart/Assumption Academy, na cidade de Walton, no Estado de Kentucky, por ter sido suspenso após se recusar a tomar vacina contra catapora. O jovem perdeu o processo e, semana passada, contraiu a doença.

O Departamento de Saúde do Norte do Kentucky determinou a suspensão de alunos não imunizados a partir de 14 de março, na tentativa de debelar o maior surto da doença nos Estados Unidos em quase duas décadas. Segundo o portal da BBC, Jerome Kunkel se recusou a tomar a vacina alegando motivos religiosos.

A catapora, também conhecida por varicela, é uma doença altamente contagiosa que causa febre, irritação e erupções avermelhadas na pele, mas não costuma levar a óbito. Na escola de Jerome, por exemplo, 32 alunos contraíram a infecção. A instituição, cumprindo a orientação do departamento sanitário estadual, suspendeu o rapaz e outros alunos que não tomaram o medicamento.

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A ação judicial movida contra a instituição pelo advogado de Jerome, Christopher Weist, argumentava que a vacinação era “ilegal, imoral e pecaminosa”, violando assim seus direitos. A argumentação encontra eco na casa de Jerome - o pai, Bill Kunkel, acredita que as vacinas derivam de “fetos abortados”, o que contraria os princípios religiosos da família.

O comentário diz respeito aos primeiros testes da vacina contra a catapora, na década de 60, que utilizaram tecidos imaturos para produzir antivírus. Em entrevista à NBC News, o advogado de Jerome afirma que o jovem estava ciente do risco, mas preferiu não ser imunizado pois “tem crenças profundamente religiosas e sinceras”.

Na Justiça, um magistrado estadual deu razão ao departamento de saúde e confirmou que o jovem não tinha direito de frequentar a escola nem realizar atividades complementares nas suas dependências sem ter tomado a vacina. De acordo com o Hospital da Criança da Filadélfia, antes das campanhas de vacinação, os Estados Unidos costumavam contabilizar, anualmente, 4 milhões de casos de catapora. Atualmente, são registrados 12 mil casos por ano.

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