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Sri Lanka baixa número de mortos em atentados de Páscoa para 253

00:10 | Abr. 27, 2019
Autor DW
Tipo Notícia
Autoridades cingalesas atribuem estimativa anterior a contagem dupla de corpos devido a mutilação. Presidente confirma morte de suposto mentor dos ataques e acusa premiê desafeto de enfraquecer a segurança do país.Autoridades do Sri Lanka reduziram de 359 para 253 o número de mortos nos atentados do Domingo de Páscoa após uma revisão divulgada pelo governo cingalês nesta sexta-feira (26/04). Além disso, o presidente do país anunciou a demissão do chefe da polícia e comunicou que o suposto idealizador dos ataques, o extremista cingalês Mohamed Zahran Hashim, morreu na explosão em um dos hotéis de luxo visados. O Ministério de Saúde do Sri Lanka comunicou a retificação da contagem de mortos e afirmou que o estado dos corpos tornou difícil oferecer uma estimativa inicial precisa e que alguns corpos foram contabilizados duas vezes por estarem desmembrados. A maioria das vítimas era do Sri Lanka e membros da minoria cristã do país. Ao menos 38 estrangeiros também foram mortos, incluindo dez indianos, oito britânicos, quatro americanos, um cidadão português e três dos quatro filhos do bilionário dinamarquês Anders Holch Povlsen. O número de feridos foi mantido – cerca de 500 pessoas sofreram ferimentos na série de explosões em três templos católicos e hotéis de luxo no domingo. Segundo as autoridades cingalesas, os ataques foram executados por nove terroristas, entre eles uma mulher – a maioria de família rica e com alto nível educacional. Até então, 76 pessoas foram detidas em conexão com os ataques. O governo do Sri Lanka vinculou os atentados – reivindicados pelo grupo "Estado Islâmico" (EI) – às organizações extremistas locais National Thowfeek Jamaath (NTJ) e Jammiyathul Millathu Ibrahim (JMI). A conexão mais evidente de ajuda externa nos ataques é o pregador extremista cingalês Mohamed Zahran Hashim – o único com o rosto descoberto num vídeo divulgado pelo "Estado Islâmico" ao reivindicar na terça-feira a responsabilidade pelos atentados. O suposto líder do NTJ morreu na explosão do ataque ao hotel Shangri-la, em Colombo, segundo anúncio do presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, nesta sexta-feira. "O que os serviços de informação me disseram é que Zahran foi morto no ataque de Shangri-La no domingo de manhã", disse o presidente, sem especificar se o extremista foi um dos homens-bomba. Em seu discurso, Sirisena também disse que o governo – liderado pelo primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, com quem tem uma rixa política – deveria assumir a responsabilidade pelos erros que permitiram os ataques no país. De acordo com o presidente cingalês, o governo enfraqueceu as defesas do país ao processar oficiais da inteligência militar após o fim de uma brutal e longa guerra civil travada com os separatistas Tigres de Tâmil, em sua maioria hindus – a insurgência sofreu uma derrota retumbante em 2009. Autoridades do Sri Lanka sofreram pressão e críticas por não terem tomado medidas adequadas quando receberam informações de serviços de inteligência. Sirisena disse ter se encontrado com o secretário de Defesa e o chefe da polícia em meados de abril. Na época, as autoridades de segurança tinham relatórios de "uma nação amiga" (provavelmente a Índia) de que um ataque estava sendo preparado, mas, segundo o presidente, eles não compartilharam essa informação. Os dois – o secretário da Defesa, Hemasiri Fernando, e o chefe da polícia, Pujith Jayasundara – pediram demissão. Forças de segurança cingalesas seguem com as buscas por cerca de 140 pessoas suspeitas de terem ligações com o "Estado Islâmico". Aproximadamente 10 mil soldados foram mobilizados em todo o país para procurar por suspeitos e fornecer segurança em templos religiosos. Paralelamente, por temor de retaliação, autoridades e líderes muçulmanos pediram aos muçulmanos do Sri Lanka que rezem em casa nesta sexta-feira. Após os ataques do Domingo de Páscoa, o país de maioria budista registrou ameaças e ofensas contra muçulmanos refugiados do Paquistão da Comunidade Ahmadi – movimento religioso muçulmano fundado no final do século 19 na Índia. Centenas de muçulmanos Ahmadi fugiram da área em torno de Negombo, na costa oeste do Sri Lanka. Autoridades australianas alertaram que novos ataques são "prováveis" no Sri Lanka. "Os ataques podem ser indiscriminados, inclusive em lugares visitados por estrangeiros", afirmou um trecho do alerta de viagem direcionado aos cidadãos australianos. Um alerta similar foi emitido pela embaixada dos Estados Unidos no Sri Lanka. PV/lusa/ap/rtr/afp A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram | Newsletter

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