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China reúne 40 chefes de Estado em fórum sobre Nova Rota da Seda

00:08 | Abr. 27, 2019
Autor DW
Tipo Notícia
Presidente Xi Jinping promete crescimento econômico a todos os países envolvidos no projeto, que é prioritário para o governo chinês, e tenta dissipar temores de endividamento e danos ambientais.Um discurso do presidente Xi Jinping abriu em Pequim, nesta sexta-feira (26/04) um fórum sobre a chamada Nova Rota da Seda, que pretende conectar a China com partes da Europa, da África e da Ásia, por meio de estradas e portos. O presidente chinês buscou aliviar os temores sobre o ônus econômico e o crescente poder de Pequim e afirmou que o programa "não é um clube exclusivo" e promove "prosperidade comum no desenvolvimento". Xi afirmou que a concepção da Nova Rota da Seda deve ser "aberta, verde e limpa" e que terá "tolerância zero com a corrupção", além de fornecer crescimento econômico a todos os países envolvidos. O governo chinês quer dissipar os temores de críticos de que os projetos de infraestrutura alimentem a corrupção local e deixem países com dívidas e danos ambientais. O fórum de três dias reúne representantes de mais de cem países, incluindo 40 chefes de Estado e de governo que buscam participar e se beneficiar dos projetos chineses, além do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. A expectativa é que os líderes de países asiáticos e africanos peçam ao governo chinês que reduza os custos de financiamento para os projetos da iniciativa, que é uma prioridade do governo chinês. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, estão entre os principais convidados. Alemanha e França enviaram ministros, e os Estados Unidos despacharam apenas uma delegação de baixo escalão. No fórum, Putin disse que a concepção de uma chamada Nova Rota da Seda se encaixa perfeitamente nos objetivos da União Econômica Euroasiática (UEE), liderada por Moscou. A organização agrupa a Rússia num mercado comum com Armênia, Belarus, Cazaquistão e Quirguistão. Segundo Putin, os cinco países apoiaram unanimemente a ideia de vincular a Comunidade Econômica Euroasiática à iniciativa chinesa. O fórum é "uma boa oportunidade para conhecer as políticas que a China visa adotar e a maneira como se deseja relacionar com os outros países", acrescentou Putin. "Consideramos que a iniciativa tem o objetivo de unir diferentes partes da Eurásia, o que está de acordo com a nossa política de conectividade." "Na Eurásia, todos queremos um desenvolvimento pacífico e mais comércio, e a Rússia está pronta para trabalhar com outros parceiros da nossa região para criar uma comunidade econômica, com um mercado único e livre circulação de capitais e pessoas", acrescentou. Putin considerou ainda que o projeto internacional de infraestruturas lançado pela China permite "abordar de forma comum desafios" como "baixo nível de desenvolvimento e falta de acesso a tecnologia", que, segundo ele, impulsionam a "imigração, escalada de conflitos regionais e guerras comerciais". A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA deu início a uma guerra comercial entre Washington e Pequim – os dois países impuseram elevadas taxas alfandegárias a produtos do outro. Além de exigir uma balança comercial mais equilibrada, Trump quer que a China ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas – Pequim busca transformar as empresas do país em importantes atores em atividades de alto valor agregado, como inteligência artificial ou robótica, ameaçando o domínio americano nessas áreas. A chamada Nova Rota da Seda é um projeto prioritário da política externa do presidente chinês. Trata-se de uma estratégia que envolve desenvolvimento de infraestrutura e investimento em 152 países. O objetivo é restabelecer conexões tradicionais por terra da China com outras partes da Ásia, da Europa e além. A China também busca construir fortes conexões marítimas – denominadas de Rota da Seda Marítima do Século 21 – no Mar da China Meridional, no Pacífico Sul e no Oceano Índico. Também está previsto uma nórdica Rota da Seda do Gelo. Desde que a iniciativa foi lançada, em 2013, a China investiu cerca de 90 bilhões de dólares em projetos – bancos forneceram entre 200 bilhões e 300 bilhões de dólares. PV/lusa/afp/rtr/ap ______________ A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram | Newsletter

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