Bolsonaro visitará países árabes a partir de julho
Após o mal-estar provocado pela viagem a Israel, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que deve visitar países árabes no início do segundo semestre. Em entrevista coletiva, ele também afirmou que quer ampliar os negócios com a comunidade árabe e "não quer problema" com a Palestina.
"(A viagem será) no começo do segundo semestre. Já tive encontro com vários deles (comunidade árabe). Eu vou escolher dois ou três países para a gente fazer uma visita. Não existe esse afastamento da nossa parte. O Brasil é um país que tem gente do mundo todo. E em qualquer país que eu vá tem gente do Brasil também", disse o presidente.
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Questionado sobre o incômodo provocado pelo anúncio da criação de um escritório de negócios em Jerusalém, Bolsonaro disse não querer problemas com os palestinos. "Eu não quero problema com a Palestina, o povo palestino é maravilhoso. Uma parte deles trabalha em Israel, escondidos até (...) A comunidade árabe no Brasil é grande, alguns votaram em mim. Vamos continuar a fazer negócios com eles, vamos ampliar. Quero fazer negócio com o mundo todo", declarou.
Bolsonaro disse que se o Brasil não tivesse relações diplomáticas com Israel e decidisse hoje abrir uma embaixada, ela seria em Jerusalém, e não em Tel-Aviv. A mudança da embaixada era uma promessa de campanha do presidente. "Cada país decide onde é sua capital. Nós não nos metemos em questões internas de país nenhum. É uma decisão nossa onde colocar a embaixada", justificou.
Ainda sobre a política externa, Bolsonaro citou o Mercosul como exemplo e disse que o bloco "está respirando melhor", mas antes da sua gestão "estava respirando por aparelhos, na UTI".
Viagem
Esta semana, o governo tentou reduzir os danos com a comunidade árabe e evitar que a viagem a Israel e as recentes polêmicas de Bolsonaro e seus filhos atrapalhem os negócios com esses países, principalmente no setor do agronegócio.
Na quinta-feira, Bolsonaro já havia falado que o Brasil deve potencializar negócios com os países árabes na próxima semana. "Nós queremos ampliar negócios com o mundo todo, assim como estivemos nos Estados Unidos, estivemos no Chile, Israel, com a comunidade árabe também. Temos viagem marcada para a China no corrente ano, se Deus quiser", disse durante uma transmissão ao vivo feita via Facebook.
Também na quinta-feira, Bolsonaro teve uma reunião com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, após manifestações de descontentamento de ruralistas em relação à diplomacia do governo. Ruralistas temem que os acenos de Bolsonaro a Israel prejudiquem as relações comerciais do Brasil com os países árabes, que são alguns dos principais importadores da produção de proteína animal brasileira.
Ataques por parte do governo à China também já trouxeram preocupação ao setor. Os asiáticos são os maiores compradores de soja, o principal produto exportado pelo setor agropecuário do Brasil. O presidente viajará à China ainda este ano.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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