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Filme sobre o poder da gentileza abre a Berlinale

11:43 | Fev. 15, 2019
Autor DW
Tipo Notícia
Rodado em Nova York e dirigido pela dinamarquesa Lone Scherfig, "The Kindness of Strangers" aborda a desigualdade social e a força da generosidade de estranhos em meio à opulência da metrópole americana.A 69ª edição da Berlinale, o Festival de Cinema de Berlim, teve início nesta quinta-feira (07/02) com a estreia de The Kindness of Strangers (A gentileza de estranhos, em tradução livre). O filme, dirigido pela dinamarquesa Lone Scherfig, fala sobre injustiça e desigualdade. O longa conta a história de uma mãe sem dinheiro (Clara, interpretada por Zoe Kazan), que foge com os filhos para Nova York a fim de escapar das garras do marido violento, um policial que usa suas conexões para rastreá-la ao longo de sua fuga. Em meio à opulência da metrópole, Clara tenta garantir o sustento dos filhos, estabelecendo laços com estranhos – entre eles uma enfermeira, um cozinheiro e um advogado –, que a ajudam a virar o jogo dominado pelo marido controlador. Por ocasião da estreia em Berlim, a atriz britânica Andrea Riseborough, que interpreta um desses estranhos, traçou paralelos com Donald Trump, outro cidadão de Nova York e que agora é presidente dos EUA, afirmando que a generosidade dá força aos fracos para combater os poderosos. "O mundo observa com curiosidade este magnata de Nova York, focando a forma como criamos este monstro", disse a atriz. "Isso também ajudou a focar aqueles que vêm ajudando pessoas há anos e anos." O diretor do Festival, Dieter Kosslick, que neste ano deixa o cargo após a sua 18ª temporada, resumiu a seleção de filmes de 2019 com "o pessoal é político", slogan que Scherfig retomou na coletiva de imprensa após a exibição de seu filme. "(Os personagens) não são figuras políticas, mas [...] a justaposição da Nova York muito luxuosa com refeitórios sociais é uma forma, espero, de abordar essas questões políticas de uma maneira íntima", explicou a diretora. The Kindness of Strangers é um dos 17 filmes que concorrem ao Urso de Ouro, prêmio principal da Berlinale. Neste ano, o júri é presidido pela atriz Juliette Binoche, que destacou o papel do cinema num mundo dividido e marcado por crises. "O mundo está bastante egoísta no momento", criticou Binoche. "Os países ricos estão fechando suas fronteiras, e há também as mudanças climáticas." Elogiando Kosslick por uma seleção em que quase metade dos filmes foram dirigidos por mulheres, ela também abordou o caso do produtor de Hollywood Harvey Weinstein, seu colaborador de longa data e que está sendo julgado por alegações de assédio sexual. "Eu podia ver que ele tinha problemas, mas como produtor ele foi sensacional na maior parte do tempo", afirmou a presidente do júri. "Não devemos esquecer que mesmo que tenha sido difícil para alguns diretores, atores e principalmente atrizes, eu quero desejar paz ao seu espírito, e que a Justiça faça o que precisa ser feito." CA/rtr/dw/ots ______________ A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram | Newsletter

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