Netanyahu elogia em Varsóvia a frente comum dos árabes sobre o Irã

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu elogiou nesta quinta-feira a conferência sobre o Oriente Médio em Varsóvia, onde participa juntamente com as potências árabes que enfrentam o Irã, na esperança de que essa frente comum permita a normalização de suas relações na região.

Os Estados Unidos abriram a polêmica reunião de dois dias na capital polonesa, destinada a intensificar a pressão sobre o regime iraniano, a "maior ameaça" no Oriente Médio, segundo assegurou o vice-presidente Mike Pence, que também pediu a seus aliados europeus que se retirem do acordo nuclear com Teerã.

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A reunião, no entanto, desperta pouco interesse entre as potências europeias, que desconfiam das intenções do presidente americano Donald Trump.

Mas Netanyahu expressou sua alegria após um jantar de abertura na quarta-feira no Castelo Real de Varsóvia, onde compartilhou uma mesa com altos funcionários da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, nenhum dos quais reconhece o Estado judeu.

"Em uma única sala, na presença de cerca de 60 ministros de dezenas de governos, um primeiro-ministro israelense e ministros dos principais países árabes estavam juntos e falaram alto, de forma clara e unida, contra o risco do regime iraniano", declarou Netanyahu nesta quinta.

Israel mantém relações diplomáticas com apenas dois países árabes, Egito e Jordânia. Mas os líderes do Golfo, especialmente o poderoso príncipe herdeiro saudita aliado de Washington, Mohamed bin Salman, estão agora menos focados no conflito israelo-palestino, e tentando conter o Irã, rival de Riad.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que abriu a conferência, saudou a presença de líderes árabes e israelenses "na mesma sala, compartilhando uma refeição e trocando pontos de vista".

Jared Kushner, genro e conselheiro de Donald Trump, falará em Varsóvia a portas fechadas sobre a proposta de paz dos Estados Unidos, que será apresentada oficialmente após as eleições israelenses em abril.

A liderança palestina sediada em Ramallah não está presente em Varsóvia, e negou a validade dessa conferência internacional sobre o Oriente Médio, que, segundo ela, tem como objetivo "normalizar" a ocupação israelense dos territórios palestinos.

A maioria dos países europeus enviou representantes de segundo escalão para Varsóvia, além de apoiar o acordo nuclear assinado com o Irã em 2015, sob a presidência de Barack Obama.

Trump se retirou do acordo, considerando-o "terrível", e impôs severas sanções contra Teerã, com o objetivo de conter a influência do regime xiita em áreas sensíveis como Síria, Iêmen e Iraque.

A UE, no entanto, desafiou Washington, implementando um instrumento financeiro que permite às empresas europeias evitar as sanções americanas.

Por sua parte, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, disse no Twitter que "não é por coincidência que o Irã é atingido por um ataque terrorista no mesmo dia" do início da conferência de Varsóvia, chamando-a de "circo".

Na quarta-feira, 27 membros da Guarda Revolucionária, o corpo militar de elite do Irã, foram mortos em um atentado suicida no sudeste do Irã, reivindicado pelo grupo jihadista Jaish al-Adl ("Exército da Justiça").

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