Afeganistão estagnado em um beco sem saída após 40 anos de conflitos
Há 30 anos, as tropas soviéticas se retiravam do Afeganistão, após 10 anos de guerra.
A seguir as principais etapas do conflito afegão desde o início da invasão soviética, em 1979.
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Em dezembro de 1979, Moscou desloca a frente da Guerra Fria ao invadir este país empobrecido, remoto e montanhoso no limite com o sul da Ásia e Oriente Médio, para implantar o comunismo.
Os resistentes afegãos, apoiados pelo Ocidente - liderado pelos Estados Unidos - cercam o Exército Vermelho até que este abandona o país em fevereiro de 1989.
Em 1992, a queda do governo comunista do presidente Mohammad Najibullah provoca o início de uma violenta guerra civil entre facções afegãs, que deixou em dois anos quase 100.000 mortos e destruiu parcialmente a capital, Cabul.
A partir de 1994 os talibãs, combatentes islamitas fundamentalistas apoiados pelo Paquistão, avançam a partir do sul afegão.
Os talibãs tomam o poder em Cabul e instalam um regime baseado em uma interpretação rigorosa da lei islâmica, que proíbe que as mulheres trabalhem e estudem, além de obrigá-las a usar o véu integral fora de casa. O governo também proíbe a música.
Sob sanções da ONU, o regime talibã, dirigido pelo mulá Omar, se aproxima da Al-Qaeda e recebe seu líder, Osama Bin Laden.
Após os atentados de 11 de setembro de 2001 cometidos pela Al-Qaeda em Nova York e Washington, soldados dos Estados Unidos invadem o Afeganistão à frente de uma coalizão ocidental e derrubam os talibãs.
Estados Unidos e Otan expulsam os talibãs, instalam Hamid Karzai no poder, injetam bilhões de dólares em ajuda para reconstruir o país e mobilizam 150.000 soldados para ajudar o governo afegão a garantir a segurança.
Os talibãs se escondem ou fogem para países vizinhos, especialmente o Paquistão, e depois retomam um rebelião contra o governo afegão e a Otan.
A força de combate da Otan (ISAF, International Security Assistance Force) deixa o país depois de 13 anos de conflito no Afeganistão, com um balanço discreto pela intensa pressão da insurreição talibã.
A Otan permanece no Afeganistão no âmbito da missão "Apoio Resoluto", mas os talibãs prosseguem com suas ações: o número de atentados aumenta, sobretudo em Cabul, onde a população civil paga um preço elevado, sobretudo a partir do surgimento em 2015 do grupo extremista Estado Islâmico (EI).
No fim de 2018, o presidente americano, Donald Trump, anuncia a intenção de abandonar o país. De modo paralelo, Washington aumenta as negociações diretas com os talibãs, que também negociam com a Rússia em Moscou.
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