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Depois de Obama e Hillary, De Niro e ex-vice Joe Biden também recebem pacotes suspeitos

10:57 | Out. 25, 2018
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O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden e o astro de Hollywood Robert De Niro foram os mais recentes alvos de uma série de pacotes suspeitos enviados a oponentes do presidente Donald Trump, que atacou a mídia por provocar "raiva" na população americana.

Os inimigos políticos do presidente republicano o acusaram de incitar a violência depois que bombas artesanais foram enviadas a Barack Obama, Hillary Clinton, CNN e outras figuras democratas detestadas por simpatizantes de Trump.

Com as eleições legislativas que acontecerão em menos de duas semanas, o presidente reagiu primeiro pedindo a união, mas depois voltando a atacar a mídia, artifício que ele voltou a adotar nesta quinta-feira, 25.

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Trump acusou a mídia nessa quinta de ser responsável pela "raiva" da sociedade.

"Muita da raiva que vemos hoje em nossa sociedade é causada pelo relato intencionalmente falso e impreciso da mídia tradicional, ao qual me refiro como fake news", postou no Twitter.

"Tornou-se tão ruim e odioso que está além da descrição", acrescentou. "A mídia tradicional deve colocar seus assuntos em ordem, rapidamente!", acrescentou.

 

Ameaças em série

Pacotes com explosivos foram enviados na quarta-feira, 24, a vários proeminentes e à emissora CNN - alvo do ódio de apoiadores do presidente Trump.

A ex-secretária de Estado e adversária de Trump na corrida pela Casa Branca em 2016, Hillary Clinton, foi uma das destinatárias dos pacotes.

A CNN é conhecida pela cobertura abrangente da administração Trump e por constantemente provocar a ira do presidente.

A CNN precisou evacuar sua sede em Nova York, depois que um suposto explosivo foi encontrado na sala de correspondência, juntamente com um envelope contendo um pó branco. Um esquadrão antibombas neutralizou o dispositivo e o enviou para análise, informou a Polícia.

O pacote à CNN destinava-se ao ex-diretor da CIA, John Brennan, que apareceu na emissora como um convidado e talvez seja o crítico mais ferrenho de Trump na comunidade de segurança nacional.

A onda de alertas de bomba começou na segunda-feira, depois que um dispositivo foi encontrado na residência em Nova York do bilionário e filantropo liberal George Soros, financiador do Partido Democrata. "Até o momento os dispositivos são o que parecem bombas caseiras montadas em tubos", disse o agente do FBI Bryan Paarmann.

Pelo menos seis pacotes suspeitos foram enviados em Nova York, Washington e Flórida, inclusive para renomados afro-americanos democratas: o ex-procurador-geral do governo Obama, Eric Holder, e a legisladora pela Califórnia Maxine Waters.

Foram enviados em envelopes pardos forrados com plástico-bolha, com os endereços em etiquetas impressas por computador. Cada um deles tinha como destinatária Debbie Wasserman Schultz, ex-presidente do Comitê Nacional Democrata.

O presidente Trump afirmou na quarta-feira à noite que "qualquer ato ou ameaça de violência política é um ataque contra a própria democracia".

No Twitter, a hashtag #MAGABomber virou 'trending topic' nos Estados Unidos, à medida que os usuários inundaram a rede social com acusações de que Trump incitou as tentativas de ataque e destacando as declarações tóxicas que ele fez no passado contra os alvos dos pacotes.

Críticos liberais e de orientação esquerdista denunciaram sua Presidência, marcada pelo slogan, "Make America Great Again" (Fazer a América grande de novo), de encorajar extremistas de direita.

O Serviço Secreto informou que os pacotes foram "identificados imediatamente durante procedimentos de rotina de varredura de correspondência" e que nem Hillary, nem Obama correram o risco de recebê-los.

Ninguém assumiu a responsabilidade pelos envios e até o momento ninguém foi detido.

 

AFP 

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