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Estudante morta na Nicarágua vendia brigadeiro para se manter no país

Os amigos contaram que Raynéia era uma menina tranquila e sempre focada nos estudos
13:25 | Jul. 24, 2018
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[FOTO1]"Ela vendia brigadeiros para ajudar a se manter lá", lamentou Anderson Felipe, amigo da pernambucana Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos. A estudante de medicina foi morta a tiros na noite dessa segunda-feira (23), em Manágua, capital da Nicarágua, que passa uma onda de protestos que pedem a saída do presidente Daniel Ortega.

 

Segundo informações também de amigos próximos, Dra. Ray, como era conhecida, estava saindo do seu turno no hospital em que trabalhava, quando foi baleada. "Quando ela foi atingida, o seu namorado saiu do carro gritando que não fazia parte de nenhum grupo politico. Logo depois os atiradores fugiram", contou Anderson. "Ela não participava de nenhum protesto, estava cumprindo o seu internato no hospital militar", acrescentou.

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O assassinato, divulgado pela imprensa local, foi confirmado pela Embaixada do Brasil na Nicarágua. Raynéia era estudante da Universidade Americana (UAM) e teria sido metralhada por manifestantes.

 

"Menina tranquila"

Ainda segundo Anderson, Raynéia era focada nos estudos e não participava de manifestações. "Era uma menina muito tranquila, durante todos esses protestos ela seguiu fazendo o seu "internato" ou seja, seguiu com seus estudos sem se meter ativamente em nenhum protesto", disse com exclusividade ao JC.

 

"Foi estudar medicina em Nicarágua e já tinha um bom tempo lá pelo menos 5 anos, muito alegre e batalhadora e se virava nos 30 fazia eventos vendia brigadeiro tudo para conseguir se manter em Nicarágua", disse uma outra amiga de Raynéia, Cintia Deffontaines. 

 

Onda de violência

O país, vive desde abril uma onda de protestos que pedem a saída do presidente Daniel Ortega. O governo respondeu com violência aos manifestantes e ao menos 360 pessoas já foram mortas, a maior parte civis.

 

O governo nega ter ligação com os grupos paramilitares que são acusados de serem os responsáveis pela maioria das mortes, apesar deles usarem bandeiras do partido do presidente, a Frente Sandinista de Libertação Nacional. 

 

JC Online

Via Rede Nordeste 

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