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Crise na biodiversidade: especialistas denunciam "extinção maciça" de espécies no mundo

Terra enfrenta uma "extinção maciça" de espécies, a primeira desde o desaparecimento de dinossauros há cerca de 65 milhões de anos
10:25 | Mar. 18, 2018
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Mais de 750 especialistas de todo o mundo se reúnem por uma semana na Colômbia para avaliar a "crise" da biodiversidade na Terra e defender soluções contra a "extinção maciça" das espécies, a primeira desde o desaparecimento dos dinossauros.

 

"Proteger a biodiversidade é tão importante quanto a luta contra as mudanças climáticas", declarou o presidente colombiano Juan Emmanuel Santos no sábado, na abertura da VI sessão plenária da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES).

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"O que acontece com um, acontece com todos. Se estamos cientes disso, podemos ser mais responsáveis em termos de proteger o meio ambiente e preservar a paz", disse Santos. "O mundo está em uma encruzilhada", acrescentou Sir Robert Watson, presidente do IPBES, lamentando que "a degradação histórica atual e a destruição da natureza sabotam o bem-estar humano para incontáveis gerações".

 

De acordo com o IPBES, a Terra enfrenta uma "extinção maciça" de espécies, a primeira desde o desaparecimento de dinossauros há cerca de 65 milhões de anos, a sexta em 500 milhões de anos. Em Medellín, os especialistas avaliarão os danos causados à fauna, flora e solos da Terra. Em seguida, será revelado o esboço de cinco relatórios volumosos, bem como soluções para minimizar o impacto das atividades humanas no meio ambiente.

 

"Ao degradar a biodiversidade, também estamos reduzindo a alimentação das pessoas, a água limpa que precisamos beber e as florestas que são nossos pulmões", advertiu o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Erik Solheim, em uma mensagem retransmitida de Brasília, onde participa do Fórum Mundial da Água. Para avaliar a situação, o IPBES dividiu o planeta em quatro regiões: Américas, África, Ásia-Pacífico e Europa-Ásia Central. Cada uma tem sido objeto de uma análise minuciosa.

 

O diagnóstico será feito na próxima sexta-feira. "Um desafio imensamente ambicioso nos espera esta semana", disse a secretária executiva dp IPBES, Anne Larigauderie. Durante três anos, cerca de 600 pesquisadores se ofereceram para trabalhar nessas avaliações, que sintetizam os dados de cerca de 10 mil publicações científicas. O resultado final cobre toda a Terra, com exceção das águas internacionais dos oceanos e da Antártida. Mas 1.200 espécies são ameaçadas pelo desmatamento e a poluição, em particular devido à extensa produção agrícola e pecuária, plantações ilegais de maconha e coca, uma matéria-prima para a cocaína, utilizada para financiar o conflito e operações de mineração ilegal. 

 

AFP

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