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Uruguai reduz índices de crimes por narcotráfico após quatro anos de vigência da Lei da Maconha

Apesar do apoio a lei, muitos a criticam e pedem por aprimoramentos
10:00 | Jan. 13, 2018
Autor O POVO
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O governo uruguaio comemora a redução em 18% dos crimes relacionados ao narcotráfico, após quatro anos de vigência da Lei da Maconha, além de confirmar que as filas nas farmácias chegaram ao fim. Em julho do ano passado os estabelecimentos farmacêuticos sofreram com a falta de abastecimento do produto, quando o sistema estava em fase de implementação. As informações são da Folha de S. Paulo.

De acordo com a legislação vigente no Uruguai, existem três formas de adquirir a erva: cultivo individual de até seis plantas, clube de cultivo (que são permitidos de 15 a 45 membros) e venda em farmácias. 

Em todas as formas de obtenção do produto, o usuário precisam ser registrados, ter mais de 18 anos e possuir nacionalidade uruguaia ou residência permanente no país. Os clubes de cultivo e as pessoas que cultivam de maneira individual, são visitados regularmente para conferir se estão respeitando os limites de produção. Vale ressaltar que a erva não pode ser vendida para turistas. 

Em entrevista à Folha, o diretor do  Museu da Cannabis de Montevidéu, Eduardo Blasina, diz que existe uma pressão para que o governo libere a venda para turistas, pois de qualquer forma o estrangeiro terá acesso a erva de forma ilegal, que era justamente o que o país queria combater. 

Segundo a Folha, a estudiosa da maconha Alicia Castilla, 72, que foi presa por 95 dias em 2011 por cultivar 29 pés da erva em seu quintal, afirma que apesar de ser considerada um mártir quando começaram os movimentos pró-legalização, tem muitas críticas em relação a lei. 

Para Alicia, o acesso ao produto deveria ser igual como é com o alcoól. Ela explica que o governo não impede que ela compre 50 garrafas de uísque ou se ela está dando bebida alcoólica para crianças. Para ela esse controle reforça um estigma. 

A estudiosa alerta que enquanto as pessoas falam muito sobre o assunto, esquecem do verdadeiro caso de saúde pública do Uruguai, que é o alto consumo de crack pelos jovens pobres.
 
Redação O POVO Online 

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