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Sobrevivente de Hiroshima acusa Ocidente de sabotar esforços de desarmamento

Cerca de 220 mil pessoas morreram nos bombardeios sobre essas duas cidades japonesas, há 72 anos
18:48 | Dez. 09, 2017
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Uma sobrevivente de Hiroshima que receberá o Prêmio Nobel da Paz em nome da Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (Ican) acusou as potências nucleares ocidentais, neste sábado, 9, de "sabotarem" os esforços de desarmamento.

Vários sobreviventes dos bombardeios nucleares de Hiroshima e Nagasaki estarão presentes na cerimônia de entrega do prêmio neste domingo, 10, em Oslo. Já os embaixadores de Estados Unidos, França e Grã-Bretanha não participarão do ato.

Cerca de 220 mil pessoas morreram nos bombardeios sobre essas duas cidades japonesas, há 72 anos.

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Contrariando a tradição, as três potências nucleares ocidentais estarão representadas por diplomatas de segundo escalão. Simbólico, o gesto marca uma posição contrária ao tratado de proibição de armas atômicas adotado por iniciativa da Ican.

Satsuko Thurlow, que tinha 13 anos quando a bomba A explodiu em Hiroshima em 6 de agosto de 1945, disse não estar "muito surpresa".

"Tentaram muitas formas de sabotar, de desacreditar o que nós tentamos fazer", declarou essa mulher de 85 anos, em entrevista coletiva em Oslo.
Hoje, ela vive no Canadá.

"Lamento que isso aconteça... Mas, talvez, isso demonstre que o sucesso que tivemos até agora realmente os incomoda", alfinetou.

Coalizão que reúne centenas de ONGs no mundo, a Ican promoveu um tratado histórico para proibir a arma atômica, adotado em julho por 122 países. Nove potências nucleares não estão entre os signatários.

Thurlow também criticou o Japão, que se encontra sob a proteção do sistema nuclear americano, por não ter firmado o tratado.

"O Japão tem uma responsabilidade moral", frisou, acrescentando que "somos os únicos que conheceram de verdade o horror" da explosão nuclear.

Entre os países que possuem a bomba, apenas o embaixador de Israel, potência nuclear não oficialmente declarada, assistirá à cerimônia no domingo, segundo o Instituto Nobel.



AFP

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