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Charles Manson, o guru psicopata que aterrorizou os EUA

10:55 | Nov. 20, 2017
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Considerado um dos criminosos mais perigosos dos Estados Unidos, Charles Manson, foi o guru psicopata que ordenou assassinatos como os da atriz Sharon Tate, cuja brutalidade abalou o país e o mundo.
No final dos anos 1960, ordenou a seus discípulos que matassem aleatoriamente os moradores de bairros ricos e brancos de Los Angeles, com a esperança de desatar uma guerra racial apocalíptica.

A "família Manson" cometeu ao menos nove assassinatos. Mas foi a espiral de violência dos dias 9 e 10 de agosto de 1969, com sete mortes, que mais marcou os americanos.

Entre as vítimas estava Sharon Tate, a mulher do cineasta Roman Polanski, que então tinha 26 anos e estava grávida de oito meses e meio.
Por ordem de Manson, que não estava presente, uma de suas adeptas, Susan Atkins, cometeu o assassinato. Depois, com o sangue da atriz, escreveu a palavra "PIG" (porco) na porta de entrada.

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Apresentado durante seu longo julgamento como um lobo solitário dotado de uma impressionante capacidade de persuasão, Manson - que nunca mostrou arrependimento - se apresentou no julgamento com uma cicatriz em forma de cruz suástica na testa. Alguns seguidores o imitaram.

Em 1971 foi condenado à pena de morte junto a quatro de seus discípulos.
As penas foram depois comutadas para prisão perpétua. Manson pediu em doze ocasião liberdade condicional, rejeitada todas as vezes.

Nascido em 12 de novembro de 1934 em Cincinnati, norte dos Estados Unidos, filho de uma moça de apenas 16 anos, o pequeno Charles nunca conheceu o pai e cresceu sem amor.

Sua infância foi caótica. Na adolescência, foi internado em uma instituição correcional, onde caiu na delinquência. Em 1955, com 21 anos, foi condenado a cinco anos de prisão por roubo de um carro, mas conseguiu a liberdade condicional.

Tentou botar a cabeça no lugar casando-se com Rosalie Willis, mas um ano depois voltava a ser condenado pelo mesmo delito. Na prisão, soube que tinha um filho, mas Rosalie pediu divórcio e foi embora com a criança.
Libertado por bom comportamento, foi preso de novo por diferentes delitos.

"Passei toda minha vida na prisão, o que faz com que me sinta em casa... Há quanto tempo estou na prisão? Trinta e quatro anos", afirmou em uma entrevista em 1981.

Em 1967 pediu, inclusive, que permanecesse entre as grades, mas sua solicitação foi negada. Foi nesse momento, em plena época hippie e com o apogeu dos Beatles, que fundou sua "família", em função de uma profecia inspirada pelas canções do mítico grupo inglês.

A comunidade de Manson, composta principalmente por mulheres ingênuas e perdidas, vivia à margem da sociedade. Nela nasceram muitos bebês. O guru tinha ao menos um filho com cada uma de suas adeptas. A droga sempre estava presente.

Nômade, a princípio, a comunidade acaba por se instalar em ranchos do Vale da Morte.

Acreditando ser a reencarnação de Cristo, Charles Manson incentiva uma série de assassinatos para provocar a explosão de uma luta entre brancos e negros, batizada de "Helter Skelter", uma das músicas dos Beatles.

Quando entrevistado várias vezes na prisão, ao ser indagado que conselho daria aos jovens, ele respondia: "deixem uma marca para que o mundo saiba que estiveram aqui".

Mais de 50 anos depois, os assassinatos da "família Manson" continuam atormentando as mentes e causando fascínio mórbido, alimentado por livros, canções, circuitos turísticos, sites e filmes. O próprio Mason publicou um álbum em 1970, que foi reeditado em CD em 2006.

AFP

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