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Braço egípcio do EI é suspeito de massacre em mesquita

16:16 | Nov. 25, 2017
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O braço egípcio do grupo Estado Islâmico (EI), suspeito de ser responsável pelo massacre desta sexta-feira, 24, em uma mesquita no Sinai, realizou diversos ataques violentos nessa península a leste do Egito, onde está em guerra pelo poder.
 
O atentato, que deixou 305 mortos, entre eles 27 crianças, não foi reivindicado até este sábado, 25.

Os extremistas estão no Sinai há anos. Mas os ataques esporádicos se tornaram uma verdadeira insurreição após a destituição, pelo exército, do presidente islamita Mohamed Mursi, em julho de 2013.
 
O principal grupo extremista operando à época no Sinai, Ansar Beit al-Maqdess, tinha adotado uma propaganda que reflete sua lealdade à Al Qaeda.
 
Após a proclamação pelo EI de um "califado" na Síria e no Iraque, o Ansar Beit al-Maqdess jurou fidelidade ao EI.
 
Não existem dados confiáveis sobre o número de combatentes que integram suas fileiras. O exército egípcio afirma ter matado centenas deles.

Diferentemente da Síria e do Iraque, o EI não teve forças para controlar os centros urbanos no Sinai. Em julho de 2015, os extremistas tentaram tomar a vila de Sheikh Zouweid, mas precisaram recuar, diante do uso de caças F-16 pelo exército.

 
O grupo ataca com regularidade as forças de segurança, recorrendo aos mesmos procedimentos: bombas na margem de estradas, tiros de "snipers" e ataques aos "checkpoints". 

 
Os combatentes se esconderam no deserto montanhoso no coração do Sinai, beneficiando-se de certa liberdade de movimentação entre os pontos de segurança do exército, longe das estradas principais.
 
As células também realizam atentados na capital do norte do Sinai, Alarixe, e em outros pontos do Egito.
 
Segundo as autoridades, os extremistas são bem armados. Eles têm mísseis anti-tanques, metralhadoras e explosivos contrabandeados da vizinha Líbia.
 
Mas o tamanho do ataque de sexta-feira a um local de culto muçulmano chocou até partidários do EI que, nas redes sociais, afirmaram que os extremistas não poderiam ser os responsáveis.
 
Citando depoimentos, o procurador-geral indicou que os autores - com idades entre 25 e 30 anos - carregaram a bandeira preta da organização extremista durante o ataque. 
Nos últimos anos, o EI se voltou também para alvos civis, atacando não apenas cristãos e sufis, mas também os beduínos moradores do Sinai, acusados de colaborar com o exército.
 
Há poucas informações disponíveis sobre os líderes do grupo, e os serviços de segurança evitam divulgar sua identidade, a não ser após terem sido mortos.
 
Dirigentes e combatentes seriam, em sua maioria, beduínos e egípcios. Diversos palestinos da Faixa de Gaza também foram mortos lutando nas fileiras do Ansar Beit al-Maqdess, segundo o grupo.
 
Em 2016, o exército anunciou ter matado o comandante do grupo no Sinai, Abou Douaa al-Ansari, em ataques aéreos. Ele se chamava, antes, Mohamed Freij, irmão de Tawfiq Freij, fundador do grupo.
 
O EI confirmou sua morte, garantindo tê-lo substituído por outro comandante, Abou Hajar al-Hashemi.
 
Um extremista capturado indicou que a identidade do líder do grupo do Sinai era desconhecida e que as instruções eram transmitidas com o intermédio de um subordinado.
 
Abaixo do alto comando, as responsabilidades são divididas entre diretores das seções de "segurança", "assuntos militares", fabricação de bombas e propaganda.
 
AFP 

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