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"Thriller" de Michael Jackson é apresentado em 3D no Festival de Veneza

14:09 | Set. 05, 2017
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A neblina que envolve o cemitério, os mortos-vivos que saem das sepulturas, e o riso diabólico... "The Thriller", de Michael Jackson, foi ressuscitado no Festival de Cinema de Veneza por seu diretor John Landis, que veio apresentar uma versão 3D deste clipe cultuado.

"Michael e eu sempre tivemos a intenção de mostrar isso ao cinema", explicou John Landis à imprensa antes da projeção desta nova versão do clipe que produziu em 1983, a pedido do astro.

Mais do que um clipe, trata-se de um curta-metragem de 14 minutos, cujo formato e estética marcaram um ponto de virada na história da música pop. O título "Thriller" deu nome a um álbum de sucesso planetário.

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O diretor de 67 anos conseguiu, graças à tecnologia, remixar o som e tornar a antiga gravação compatível com o 3D.

"Quando você assiste (o clipe) no YouTube, você não vê como deveria aparecer. Agora, sim, você poder ver como Michael e eu queríamos que fosse visto", assegurou.

O filme, que retrata Michael Jackson, então no auge de sua carreira, transformando-se em um lobisomem, é acompanhado por um "making of" realizado em 1983, mas que nunca foi exibido no cinema.

Michael Jackson morreu aos 50 anos de idade em 2009, uma "tragédia para seus filhos, seus amigos, para o mundo inteiro", recorda John Landis, que, no entanto, havia entrado com um processo contra o cantor pouco antes de sua morte. Um acordo foi alcançado em 2012 com os herdeiros de Michael Jackson.

O cantor, morto em razão de uma overdose de medicamentos, contactou John Landis após ter assistido seu filme "Um Lobisomem Americano em Londres", explicando a ele que também gostaria de viver esta transformação de um homem em um animal de quatro patas.

"Nós percebemos que não funcionaria - como Michael tinha que dançar, era obviamente muito mais fácil ter um 'monstro' em duas patas ao invés de quatro", explica o diretor.

E, de fato, o lobisomem de "Thriller" parece muito mais com o do filme "O Lobisomem Adolescente", filmado por Gene Fowler Jr em 1957.
"Na verdade, Michael não tinha visto muitos filmes de terror, ele os achava muito assustadores", diz o cineasta, autor de outro filme cultuado, "Os Irmãos Cara de Pau".

"Tratava-se de fazer um videoclipe muito autocentrado, com a transformação de Michael em 'monstro', mas tudo funcionou muito bem, fiquei extremamente surpreso", acrescentou.
Michael Jackson vivia um período feliz, alguns anos depois de ter rompido com sua família.

"Ele vinha em minha casa e assistíamos desenhos animados até as quatro da manhã", conta. As coisas mudaram oito anos depois, quando John Landis fez o clipe para o álbum "Black and White".

"Para 'Thriller', ele estava feliz em me deixar trabalhar, para 'Black and White' eu estava trabalhando para Michael, ele estava muito mais reservado", explica.

Na época, Michael Jackson podia reivindicar o título do homem mais famoso do planeta, mas John Landis assegurou não invejar o lado bastante "estranho" da celebridade.

"Havia algo infantil em Michael, mas ele não era pueril. Ele nunca teve uma infância, então por isso queria tanto viver uma, ainda que adulto", explica o diretor.

AFP

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