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Papa pede a Trump que trabalhe pela paz antes da cúpula da Otan

13:09 | Mai. 24, 2017
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O papa Francisco recebeu nesta quarta-feira no Vaticano, pela primeira vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma reunião de meia hora durante a qual falaram sobre "promover a paz no mundo", um dia antes da cúpula da Otan.

 

"Deixo o Vaticano mais decidido do que nunca a perseguir a PAZ em nosso mundo", tuitou Trump, após trocar com Francisco "pontos de vista" sobre "a promoção da paz no mundo através da negociação política e do diálogo inter-religioso", segundo a Santa Sé.

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Acompanhado de sua esposa, Melania, vestida de preto e com um véu na cabeça, um sorridente presidente americano apertou a mão do pontífice na biblioteca das suntuosas salas do Vaticano, antes de conversar a sós com ele no gabinete particular do papa.

 

Durante este esperado encontro, a Santa Sé informou que manifestou sua "satisfação" pelo "compromisso comum em prol da vida e da liberdade religiosa e de consciência", e pediu também "uma colaboração serena", inclusive em campos como a assistência aos imigrantes".

 

A expectativa sobre este encontro era alta, já que os dois líderes têm posições contrárias em temas como migração, mudança climática, venda de armas, pena de morte e islã. "Obrigado, obrigado. Não esquecerei o que você me disse", assegurou Trump ao papa.

 

A audiência privada durou o tempo médio que o papa concede aos governantes. No final do encontro, Trump apresentou a delegação que o acompanhava, incluindo sua filha Ivanka, também vestida de preto mas sem o véu.

 

A reunião aconteceu particularmente cedo, já que Francisco deveria presidir duas horas mais tarde a tradicional audiência geral de quarta-feira na Praça São Pedro, diante de milhares de peregrinos de todo o mundo.

 

O encontro foi marcado após meses de especulações sobre as dúvidas de Trump de uma reunião com o pontífice durante sua primeira viagem ao exterior de nove dias.

 

O papa aproveitou a oportunidade para presentear Donald Trump com um emblemático texto seu sobre a paz, intitulado de "A não violência, estilo de uma política para a paz", escrito por ocasião da Jornada Mundial da Paz 2017, com a esperança e que seja "um instrumento de paz", assegurou.

 

O presidente americano, por sua vez, deu ao papa uma série de livros de Martin Luther King, o pastor americano defensor dos direitos civis para os afro-americanos, entre eles um que foi assinado pelo renomado ativista.

 

A condenação ao aborto, a eutanásia, o casamento gay são alguns dos chamados "valores não negociáveis" para a Igreja Católica com os quais Trump concorda com veemência.

 

Mas Trump e o primeiro pontífice de origem latino-americana defendem modelos econômicos e sociais opostos, com divergências sobre temas como a construção de um muro entre Estados Unidos e México contra a migração, a assistência aos pobres, as relações com o mundo islâmico ou a estratégia no Oriente Médio.

 

"Esta é uma viagem histórica. Nenhum presidente havia visitado em apenas uma viagem a terra de origem de judeus, cristãos e muçulmanos", explicou à AFP antes do encontro o conselheiro de Segurança Nacional do presidente, Herbert McMaster, para quem Trump busca unir os povos "ao redor de uma visão comum da paz".

 

Depois de visitar a Arábia Saudita, Israel e o Vaticano, a primeira viagem internacional de Trump continuará em Bruxelas, onde se reunirá durante a tarde com os reis dos belgas, Filipe e Matilde, e com o primeiro-ministro Charles Michel.

 

Na quinta-feira, o presidente americano manterá um encontro com os líderes das instituições da União Europeia e, durante a tarde, tentará convencer a Otan a se unir como organização à coalizão que luta contra os extremistas na Síria e no Iraque.

 

Enquanto isso, Melania, que foi ao hospital Bambino Gesù em Roma, tem previsto visitar outro centro de saúde infantil em Bruxelas, antes de ir ao famoso Museu Magritte e a uma loja de luxo com outras primeiras-damas.
Depois de Bruxelas, Trump retornará à Itália para participar da reunião do G7, nos dias 26 e 27 em Taormina, Sicília.

 

AFP

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