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Papa ordena investigação sobre destituição de integrante da Ordem de Malta

06:33 | Dez. 23, 2016
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O papa Francisco ordenou uma investigação na Ordem de Mala sobre os motivos da destituição de um de seus líderes, que segundo alguns jornais distribuiu preservativos a pessoas infectadas com o vírus da aids.
Em um breve comunicado publicado na quinta-feira, o pontífice ordenou a formação de uma comissão de cinco membros responsáveis por esclarecer o que aconteceu e informá-lo o mais rápido possível.
Oficialmente, o alemão Albrecht von Boeselager, grande chanceler da Ordem de Malta desde 2014 - o equivalente ao posto de ministro do Interior e das Relações Exteriores - foi destituído por "problemas graves".
De acordo com vários meios de comunicação, incluindo a revista católica britânica The Tablet, o chanceler distribuiu no passado preservativos a pessoas infectadas com o vírus da aids na África quando era ministro da Saúde e de Cooperação Internacional da Ordem de Malta.
Em 6 de dezembro, o grão-mestre da Ordem, Fra' Matthew Festing, convocou Von Boeselager, a quem criticou por uma "situação extremamente grave e insustentável", informa o jornal francês La Croix.
Na presença do cardeal americano Raymond Burke, representante do papa na Ordem, o grão-mestre ordenou a Von Boeselager que renunciasse.
Uma das incógnitas é se o cardeal ultraconservador Burke, designado para o posto honorário depois que foi afastado da Cúria, sancionou as posições de Albrecht von Boeselager.
Este cardeal desafia o papa sobre seu texto a respeito da família e da comunhão para os divorciados que casam novamente.
Von Boeselager disse a amigos que foi destituído por ser um "católico liberal", informa o jornal La Croix, segundo o qual a demissão provocou um confronto entre os braços britânico e alemão da Ordem.
O papa Francisco reiterou recentemente um apelo por um "comportamento responsável" na luta contra a aids, sem explicar se isto englobava o uso de preservativos, um tema que permanece como um relativo tabu na Igreja.
A Ordem de Malta, cujas origens remontam às cruzadas, foi fundada em Jerusalém em 1048 como uma comunidade de hospitais que atendiam os enfermos. Em 1113 se tornou uma ordem religiosa reconhecida pelo papa.
Atualmente está presente em 120 países, nos quais administra hospitais e dispensários. Conta com 13.500 membros, 80.000 voluntários permanentes e 25.000 médicos e enfermeiras.
cm/fp

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