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Exército nigeriano expulsa Boko Haram de um de seus últimos redutos

11:23 | Dez. 24, 2016
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O presidente nigeriano Muhammadu Buhari declarou neste sábado que o exército havia "esmagado" o grupo extremista islâmico Boko Haram na floresta de Sambisa, um de seus últimos redutos no noroeste do país.
O exército realiza há vários meses operações nesta floresta de cerca de 1.300 km2, localizada no estado de Borno, onde combatentes do grupo encontraram refúgio depois de suas derrotas militares.
"Estou muito contente e muito orgulhoso dos bravos soldados do exército nigeriano, após ouvir a notícia há muito aguardada e gratificante do esmagamento final dos terroristas do Boko Haram em seu último reduto na floresta de Sambisa", disse Buhari em um comunicado.
O chefe de Estado elogiou a "determinação" das tropas nigerianas, "que finalmente penetraram e esmagaram o que restou dos insurgentes do Boko Haram no 'Acampamento Zero', no coração da floresta de Sambisa".
"O chefe do Estado-Maior do exército me informou que o acampamento havia caído às 13h35 de quinta-feira, 22 dezembro, e que os terroristas estavam em fuga, sem ter para onde ir", disse o presidente.
O paradeiro de Abubakar Shekau, líder da facção do Boko Haram na floresta de Sambisa, não foi informado neste comunicado.
Shekau dirige o movimento que prometeu lealdade ao grupo Estado Islâmcio (EI) por alguns anos, até a criação de uma facção dissidente cujo chefe, Abu Mosab Al Barnaui, foi promovido pelo EI
Quarta-feira, o exército disse que tinha libertado 1.880 civis das mãos de Boko Haram e capturado mais de 500 combatentes durante a semana passada na floresta de Sambisa.
Seita extremista salafista, o Boko Haram evoluiu para um movimento jihadista após a morte de seu fundador, Mohammed Yusuf, em 2009. A violência do movimento e sua repressão deixaram mais de 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados em nordeste da Nigéria.
Na véspera de Natal, a retomada de Sambisa seria uma rara boa notícia para o país que atravessa grandes crises: a naira continua a cair face ao dólar e aos preços do petróleo - 70% das receitas do Estado
Já no ano passado, o governo nigeriano havia, no entanto, anunciado que a seita havia sido "tecnicamente derrotada" depois de perder grandes faixas de território frente ao exército nigeriano e seus aliados regionais.
Mas 12 meses depois, esta afirmação continua difícil de verificar. O acesso ao nordeste do país, na fronteira com Chad, Camarões e Níger, é rigorosamente controlado pelo exército e o governo, o que torna a repressão do movimento jihadista quase impossível de avaliar.
O conflito nesta região causou uma grave crise humanitária, com centenas de milhares de pessoas que sofrem de desnutrição crônica, especialmente em determinadas áreas que permanecem isoladas do mundo por causa da insegurança.
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