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Haiti de luto pelos mortos do furacão Matthew

12:09 | Out. 09, 2016
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O Haiti iniciou neste domingo três dias de luto pelos mortos do furacão Matthew, enquanto o empobrecido país caribenho enfrentava a devastação. Matthew, enquanto isso, perdeu a categoria de furacão e passou a ser um "ciclone pós-tropical" depois de atingir a costa sudeste dos Estados Unidos deixando nove mortos.
Às 12h (09h de Brasília), Matthew ainda tinha ventos fortes de furacão à medida que se deslocava pela costa americana.
Mas a atenção se concentra no Haiti, o país mais pobre das Américas, que ainda não se recuperou do devastador terremoto de 2010 e que sofre uma epidemia de cólera.
Matthew tocou terra haitiana na terça-feira como um monstruoso furacão de categoria 4 em uma escala de 5, com ventos de 230 km/h.
Imagens aéreas das zonas do sul do país mais afetadas mostravam uma paisagem devastadora, com casas destruídas, árvores arrancadas e muita lama por toda parte.
A Defesa Civil informou sobre um balanço oficial provisório de 336 mortos, mas espera ter números precisos na quarta-feira.
Outros funcionários estimaram em 400 o número de mortos.
O presidente interino do Haiti, Jocelerme Privert, declarou três dias de luto nacional a partir deste domingo diante dos estragos provocados pelo ciclone.
A Unicef estimou em 1,3 milhão - 10% da população total - o número de haitianos afetados pelo furacão. Destes, 500.000 são crianças.
Em Jérémie, a situação era desesperadora, enquanto na baía de Abricots, a 17 km de Jérémie, os habitantes só têm alimentos para 10 ou 15 dias, disse David Millet, que trabalhou durante anos para a ONG Agrônomos e Veterinários Sem Fronteiras.
Em certas zonas do território até 80% dos cultivos foram arrasados.
As promessas de ajuda se multiplicavam. Os Estados Unidos anunciaram o envio do navio USS Mesa Verde com 300 efetivos especializados em emergências médicas, assistência e reconstrução, e três helicópteros, que se somarão a uma equipe de 250 pessoas e nove helicópteros já prontos para ser mobilizados no Haiti.
A França anunciou o envio de 60 oficiais com 32 toneladas de ajuda humanitária e equipamentos para purificação da água, enquanto a Venezuela, que sofre uma severa crise de desabastecimento, enviou três cargas de ajuda e alimentos.
O grupo de caridade International Relief Teams, com sede na Califórnia, disse que doou 7 milhões de dólares em itens médicos, junto com MAP International e Hope for Haiti.
"Muita gente perdeu tudo", disse a ONG Care-France.

Matthew seguia atingindo neste domingo a costa sudeste dos Estados Unidos, onde deixava até o momento nove mortos: cinco na Flórida e quatro na Geórgia.
As inundações representavam uma ameaça para a vida e as propriedades.
"A combinação de enchentes súbitas, a maré e as grandes e destrutivas ondas provocarão inundações em zonas próximas à costa normalmente secas", disse o Centro Nacional de Furacões (NHC).
Matthew tocou terra no sábado na Carolina do Sul como furacão de categoria 1, após sua passagem por Haiti, República Dominicana, Jamaica, Cuba e Bahamas.
Apesar das cheias, da queda de árvores e da falta de energia elétrica, o sudeste dos Estados Unidos não sofreu danos catastróficos.
No entanto, são esperadas inundações recorde e milhares de americanos estavam sujeitos a ordens de evacuação.
O presidente Barack Obama declarou estado de emergência em Flórida, Geórgia e nas duas Carolinas, o que implica ajuda federal.
Mais de um milhão de clientes estavam sem energia elétrica, que era restabelecida lentamente.
Em Jacksonville Beach, Sam Vond, um aposentado de 68 anos, andava de bicicleta pela costa no sábado.
"Não foi tão ruim. Não saí. Ficamos em casa até que disseram que não havia problema em sair. Por sorte, minha casa não sofreu danos, então estou feliz", disse.
Mas a cidade costeira de St. Augustine, a mais antiga do estado da Flórida, sofreu grandes destruições, disse à AFP o comandante Chuck Mulligan, do gabinete do delegado do condado de St. Johns.
Enquanto isso, na Geórgia, a ilha Tybee descreveu Matthew como a pior tempestade a assolar a área desde 1898.
Várias rotas continuavam intransitáveis, enquanto aumentava a frustração dos moradores que não podiam voltar para as suas casas.
AFP

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