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Turquia age para afastar mais partidários de clérigo acusado de orquestrar golpe

16:45 | Ago. 05, 2016
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O partido governista da Turquia, Justiça e Desenvolvimento, instruiu nesta sexta-feira seus comitês locais e municípios comandados pela sigla a afastar pessoas suspeitas de apoiar o clérigo muçulmano Fethullah Gulen, que vive nos Estados Unidos. Gulen é acusado pelo governo de instigar o fracassado golpe de 15 de julho no país.

O religioso nega envolvimento com o golpe, que deixou mais de 270 mortos. Ainda assim, o Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), fundado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan, emitiu uma circular na qual determina que seus membros "comecem imediatamente os esforços para purgar aqueles ligados" ao movimento de Gulen ou que tenham dado apoio ao golpe, segundo a agência estatal Anadolu.

A Turquia acusa Gulen de orquestrar a tentativa de golpe, junto com membros das Forças Armadas. Para o regime turco, o movimento do religioso, que inclui agências de caridade, escolas e negócios pelo mundo, é uma organização terrorista.

A circular foi emitida horas antes da chegada à Turquia do presidente do Casaquistão, Nursultan Nazarbayev. Será a primeira visita de um chefe de Estado ao país desde o fracassado golpe. A Turquia tem pressionado seus aliados para perseguir entidades ligadas a Gulen.

Desde a tentativa de golpe, quase 70 mil pessoas foram afastadas ou suspensas, sob a suspeita de terem laços com Gulen, no Judiciário, no funcionalismo público, nos setores de educação e saúde e nas Forças Armadas. Cerca de 18 mil pessoas foram presas, a maioria delas militares, sob suspeita de envolvimento com a tentativa de golpe.

Jornalistas e ex-empregados ligados a Gulen também foram alvo. Nesta sexta-feira, a Anadolu informou que 12 jornalistas que trabalhavam para o jornal Zaman foram formalmente presos para esperar pelo julgamento, entre eles o colunista Mumtazer Turkone. Seis outros jornalistas foram detidos na semana passada e também serão julgados.

Na quinta-feira, a Turquia emitiu um mandado de prisão contra Gulen, por ele supostamente ter determinado o golpe. A medida é vista como um passo inicial para um posterior pedido formal de extradição para os EUA. Fonte: Associated Press.

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