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Robson Conceição vence francês e vira o 1º brasileiro campeão olímpico de boxe

20:20 | Ago. 16, 2016
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A medalha de ouro olímpica finalmente foi pendurada no pescoço de um pugilista brasileiro. Por decisão unânime dos jurados, o baiano Robson Conceição derrotou o francês Sofiane Oumiha na categoria dos pesos ligeiros (até 60 kg), nesta terça-feira à noite, pelos Jogos do Rio-2016. Com o Riocentro praticamente lotado - e contando com personalidades como o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman -, o brasileiro demonstrou habilidade em todos os recursos técnicos.

Robson figura agora na galeria de pugilistas nacionais com medalhas olímpicas: Esquiva Falcão, prata, e Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo, bronze, todas em Londres-2012, além do terceiro lugar conquistado por Servílio de Oliveira, no já distante México-1968.

Disputar a final do boxe foi uma vitória pessoal para Robson. �Minha vida inteira tem sido muito difícil�, comentou ele, logo que derrotou o cubano Lazaro Jorge Alvárez, na semifinal. �Havia 28 atletas nessa Olimpíada, todos se prepararam muito bem, mas posso dizer que treinei mais que eles. Por isso, é a hora de eu atingir alturas ainda maiores e ir mais longe.�

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Independentemente do resultado da luta contra o francês, Robson sentia-se intimamente gratificado. �Chegar à disputa da medalha de ouro significava muito para mim. Nos últimos dois Jogos Olímpicos que participei (Pequim e Londres), eu não estava totalmente preparado. Desta vez, foi diferente.�

Assim como Esquiva Falcão em 2012, Robson Conceição sabia que carregava uma pesada responsabilidade ao tentar o ouro inédito. �Eu sabia que significaria muito ganhar uma medalha como essa para o Brasil�, disse ainda antes de enfrentar Sofiane Oumiha. �Há muitos atletas em outros esportes que representam o País. Mas o boxe está melhorando, e estamos trabalhando muito.�

Sua participação na Olimpíada tornou-se decisiva para empurrar o desenvolvimento do esporte. �Vamos ter um futuro melhor�, acredita. �O Brasil tem muitos atletas talentosos. Meus técnicos me ajudaram muito na preparação para essa Olimpíada, me incentivaram demais nos treinamentos, enfim, me ajudaram para estar realmente preparado.�

Aos 27 anos, baiano de São Caetano, bairro pobre de Salvador, Robson disputa sua terceira e última olimpíada - após os Jogos, pretende se tornar profissional. Com isso, ele acredita que conseguirá impulsionar o esporte entre os brasileiros, tentando amenizar as dificuldades rotineiras.

�O Comitê Olímpico deu um suporte ao boxe brasileiro, mas ainda não é o suficiente para alcançarmos melhores resultados, mesmo o Brasil tendo uma grande quantidade de jovens talentos�, afirma Robson. �Nós só precisamos de oportunidades. Afinal, precisamos ter mais chance de competir com lutadores de todo o mundo de igual para igual.�

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, chegou atrasado à luta que deu o ouro a Conceição e entrou no Riocentro quando a disputa já tinha terminado.

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