Líder de oposição na Venezuela é preso mais uma vez
Segundo a esposa de Ceballos, Patricia Gutierrez, os agentes chegaram por volta das 3h da manhã do horário local, sem aviso prévio, e levaram o seu marido em uma ambulância, dizendo que ele passaria por exames médicos. Em vez disso, transportaram Ceballos para uma prisão em Guarico, a mesma onde ele ficou detido até agosto de 2015, quando recebeu o direito de ficar em prisão domiciliar, em razão de problemas renais.
Antes da prisão, a oposição vinha prometendo um protesto em massa na próxima quinta-feira para exigir que as autoridades permitam um plebiscito. Um sucesso do "sim" interromperia o mandato do presidente e Nicolas Maduro e desencadearia em novas eleições. O governo disse que Ceballos estava planejando fugir antes dos protestos em 1º de setembro e realizar atos violentos.
"As evidências compiladas nos permitem continuar a avançar nas necessárias
investigações para prevenir, detectar e neutralizar qualquer ato que tenha como objetivo desestabilizar nosso sistema democrático", disse o Ministério do Interior em um declaração.
Gutierrez publicou um vídeo de telefone celular em que Ceballos e sua filha podiam ser ouvidos trocando gritos de "Eu te amo", enquanto uma ambulância é visto estacionada em frente ao prédio. "Esta é a forma como a minha filha Victoria disse adeus a seu pai", disse Gutierrez no Twitter. "A ditadura não vai destruir minha família. Liberdade virá em breve".
A transferência alarmou opositores do governo e grupos de direitos humanos. "Autoridades na Venezuela parecem estar dispostas a parar em nada na sua
busca para impedir que alguém faça críticas ao governo, principalmente em um momento em que a política e a situação humanitária no país continua, a deteriorar-se", disse Erika Guevara-Rosas, diretora para as Américas no grupo de direitos Anistia Internacional. Fonte: Associated Press.
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