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EI comunica morte de porta-voz em Aleppo

Abu Muhammad al-Adnani morreu enquanto supervisionava operações do EI em província síria
00:40 | Ago. 31, 2016
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O grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) confirmou nesta terça-feira, 30, a morte de seu porta-voz oficial, Abu Mohammed al-Adnani, durante operação em Aleppo, no norte da Síria.

Por meio das redes sociais, o EI afirmou que o "lutador" e "mártir" morreu "após uma longa jornada de sacrifícios e de resistência contra a falta de fé". Na mensagem, o grupo ainda prometeu vingar a morte do porta-voz e ameaçou os "covardes apóstatas".

Mais cedo, a agência de notícias Amaq, filiada aos jihadistas, reportou que al-Adnani morreu enquanto supervisionava operações dos combatentes do EI em Aleppo.

Na província, o grupo luta contra o regime sírio, contra milícias curdas e contra rebeldes, além de enfrentar ataques aéreos comandados pela Rússia e pelos Estados Unidos.

Al-Adnani, nascido em 1977 ou 1978 na região de Idlib, na Síria, e cujo nome verdadeiro é Taha Sobhi Falaha, era há anos o porta-voz oficial do grupo e costumava emitir mensagens de áudio através da internet, mas poucas vezes foi visto em imagens.

Em junho de 2014, foi ele quem gravou um áudio anunciando a redução do antigo nome do grupo, Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), para apenas "Estado Islâmico". Na mesma mensagem, o porta-voz declarava a fundação de um califado e proclamava Abu Bakr al-Bagdadi seu califa.

Mais tarde, numa mensagem de vídeo, al-Adnani revelou brutalidade extrema ao lembrar os candidatos a jihadistas das possibilidades de usar os meios mais primitivos para cometer homicídios.

"Se vocês não encontrarem explosivos nem munição, então isolem um infiel americano, francês ou qualquer aliado deles. Espatifem-lhes o crânio com uma pedra, sangrem-nos com uma faca, atropelem com seus carros; atirem de qualquer lugar bem alto, estrangulem-nos ou os envenenem", disse.

Em maio deste ano, o porta-voz voltou a virar notícia ao encorajar ataques do tipo "lobo solitário", conclamando os simpatizantes do grupo na Europa e nos EUA a perpetrarem atentados contra civis nesses locais, caso não tivessem meios de viajar para o autodeclarado califado, na Síria e Iraque.

Os Estados Unidos chegaram a oferecer uma recompensa de cinco milhões de dólares por al-Adnani, que se tornou uma das vozes mais conhecidas do grupo extremista.

O EI tem perdido vários de seus líderes nos últimos meses. Em março último, o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, anunciou que as forças americanas haviam matado o "número 2" do grupo, Abdul Rahman Mustafá al-Qaduli, também responsável pelas operações financeiras.

EK/dw/dpa/efe/ap

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