Brasileiros desafiam a hegemonia dos africanos na maratona dos Jogos Olímpicos
A prova mais tradicional da OlimpÃada será disputada neste domingo, à s 9h30, e vai encerrar os Jogos do Rio em samba. Com inÃcio e fim no Sambódromo, a maratona é democrática ao longo de seus 42,195 quilômetros. Passando pelas ruas do centro e da zona sul do Rio, o percurso pode ser acompanhado de perto (e de graça) em diversos pontos da cidade pela população. Até por isso, o esquema de segurança será reforçado. Não será preciso abrir o bolso para ver o trio brasileiro - formado por MarÃlson Gomes dos Santos, Paulo Roberto de Paula e Solonei Rocha da Silva - desafiando a hegemonia dos africanos.
Stephen Kiprotich, de Uganda, é o atual campeão olÃmpico e principal nome. Outros postulantes ao pódio são Stanley Biwott - atual vencedor da São Silvestre -, Eliud Kipchoge, ambos do Quênia, e Ghirmay Ghebreslassie, da Eritreia. Diante dos adversários, Marilson quer transformar a despedida olÃmpica no melhor momento da carreira, com a conquista de uma medalha inédita. Â?Vou me esforçar ao máximo nesta última prova para encerrar minha carreira com a sensação de missão cumpridaÂ?.
Marilson pretende reunir no Rio as lições de suas duas participações anteriores nos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012. Na estreia olÃmpica, ele estava bem preparado, mas desistiu da prova por não se sentir bem no dia. Â?Eu podia conseguir um bom resultado, mas não sei bem o que aconteceu e não estava muito bem aquele dia. O clima também prejudicou um pouco. Acabei desistindoÂ?, relembrou.
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AssineQuatro anos mais tarde, ele viveu uma experiência oposta: se recuperava de uma lesão e a fase de treinos não foi a ideal, mas terminou na 5.ª posição e atingiu a melhor marca de um não africano na prova. �Não consegui fazer um volume suficiente de treinamentos, mas tive um bom resultado. Vou pegar tudo que aprendi nessas duas participações para fazer meu melhor resultado no Rio�.
Aos 39 anos, o fundista garante ter superado a lesão na panturrilha esquerda que o atrapalhou durante a temporada 2015. Antes de viajar ao Rio, o atleta de BrasÃlia também fez um treino de altitude na Colômbia para que a condição fÃsica não seja um problema na prova de hoje. Bicampeão da Maratona de Nova York, é o único sul-americano a ter vencido a corrida de rua duas vezes, em 2006 e 2008. No extenso currÃculo, Marilson ainda tem cinco medalhas em Jogos Pan-Americanos e ganhou três vezes a São Silvestre (2003, 2005 e 2010).
Para depois dos Jogos OlÃmpicos, os planos são apenas de aposentadoria e mais cuidados com a famÃlia. Sua mulher, Juliana dos Santos, também é atleta e disputou a prova dos 3.000 metros com obstáculos no Rio, mas acabou eliminada na fase de classificação. O casal tem um filho, Miguel, de cinco anos. Â?Ã? muito difÃcil manter o rendimento forte até essa idade. Depois, vou pensar em descansarÂ?.
RECUPERAÃ?Ã?O - Paulo Roberto de Paula ficou quase dois anos sem completar uma maratona em razão de uma série de contusões, voltou em Fukuoka (Japão) em dezembro de 2015 e conquistou o Ãndice olÃmpico. Sétimo colocado no Mundial de Moscou, em 2013, e oitavo na OlimpÃada de Londres-2012, o fundista superou a concorrência interna e representa o Brasil na prova.
Até 2009, ano em que o Rio foi escolhido para receber os Jogos OlÃmpicos, Solonei Rocha da Silva ainda trabalhava como coletor de lixo em Penápolis (SP). Sete anos depois, forma o trio brasileiro na maratona. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) estabeleceu que os atletas que terminassem o Mundial de Pequim, em 2015, entre os 20 primeiros estariam automaticamente classificados. Com o 18.º lugar, assegurou sua vaga.
Para afastar as crÃticas, ele ainda ratificou o posto com o terceiro melhor tempo entre os fundistas do Brasil. Depois de participar de Pequim-2008 e Londres-2012, Franck Caldeira ficou como primeiro reserva.
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