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Tribunal do Bahrein ordena dissolução de grupo de oposição ao governo

11:30 | Jul. 17, 2016
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Um tribunal no Bahrein ordenou neste domingo que o principal grupo de oposição xiita do país seja dissolvido, segundo informou a mídia local, aprofundando a repressão aos dissidentes no reino que é aliado das potências ocidentais.

A ordem contra a Al-Wefaq marca um dos golpes mais importantes contra os ativistas da sociedade civil no país que é governado por sunitas, e que foi abalado por protestos liderados por sua maioria xiita exigindo reformas políticas há cinco anos.

Bahrein, que acolhe a 5ª Frota da Marinha dos Estados Unidos, acabou com os protestos de 2011 com a ajuda de seus vizinhos Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Mas desde então, protestos menos intensos e ocasionalmente violentos agitam o país, apesar das reformas postas em prática após a revolta que teve inspiração na Primavera Árabe.

Os jornais Al-Ayam e Al-Wasat relatam que a decisão de hoje determina que os ativos do grupo devem ser liquidados e transferidos para o Tesouro do Estado.

Brian Dooley, diretor para defesa dos direitos humanos da organização na Direitos Humanos Primeiro, com sede em Washington, criticou a decisão do tribunal como o "ato mais repressivo do governo dos últimos cinco anos."

"A decisão de hoje é um erro perigoso, e deixa o Bahrein sem qualquer saída pacífica para o problema", disse Dooley. "O governo do reino passa para seu povo a mensagem de que, de agora em diante, os cidadão não têm só seus direitos negados, mas também não podem exigir esses direitos".

Autoridades suspenderam as atividades do al-Wefaq e congelaram seus fundos no mês passado, acusando o grupo de criar "uma nova geração que carrega o espírito de ódio", e de ter ligações com "partidos políticos sectários e extremistas que adotam o terrorismo".

Abdullah al-Shamlawi, um advogado que defendeu o grupo de oposição ao governo, afirma que a decisão "partiu do nada". Ele negou todas as acusações. Ele e outros membros da equipe de defesa se retiraram do caso depois que o juiz negou o acesso aos escritórios da al-Wefaq para preparar a defesa. Fonte: Dow Jones Newswires.

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