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Rio-2016: forças de segurança participam de simulação de atentado

19:29 | Jul. 16, 2016
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Membros de forças de ordem participaram neste sábado de uma simulação de atentado terrorista com bomba em uma estação ferroviária na zona oeste do Rio de Janeiro, no âmbito do reforço ao plano de segurança para os Jogos Olímpicos, que começam em 20 dias. O governo brasileiro anunciou na sexta-feira que está revendo seus protocolos de segurança para o megaevento esportivo, após o ataque na quinta-feira na cidade de Nice, sudoeste da França, que deixou 84 mortos.

O exercício deste sábado, que já estava previsto antes do atentado em Nice, foi realizado perto do complexo esportivo de Deodoro, uma das quatro regiões que concentrarão as competições olímpicas, junto com Maracanã, Copacabana e Barra da Tijuca.

Na simulação, dois falsos terroristas instalaram uma bomba em um vagão de trem parado e simularam um ataque a tiros contra os passageiros. Imediatamente, um grupo de militares chegou ao local para contê-los.

Membros de forças especiais desceram de helicópteros e, com informação dos militares que já estavam no local, neutralizaram os falsos terroristas, usando uma granada. "O exercício foi muito útil porque nos permitiu trabalhar em parâmetros reais de operação e emprego de tropas", declarou o general Mauro Sinott, encarregado do centro de combate ao terrorismo montado para os Jogos.

O exercício é "mais um", somando-se aos que vêm sendo realizados em outras áreas, acrescentou Sinott, e teve como objetivo saber se os agentes estão preparados a agir em casos extremos.

O coordenador-geral de Segurança Pública para os Jogos do Rio-2016, Cristiano Barbosa Sampaio, disse por sua vez que "diante da ausência de uma ameaça concreta contra o Brasil", o país se encontra "em alerta amarelo, caracterizado por um aumento da atenção e do nível de resposta em comparação com um momento qualquer, de alerta verde. Isto implica em um aumento dos meios e do número de efetivos. Isto pode evoluir para o nível laranja ou vermelho, se se identificar uma ameaça concreta contra o Brasil".

O governo brasileiro anunciou na sexta-feira que está revisando todo o plano de segurança dos Jogos para identificar possíveis lacunas e pontos a melhorar, depois do atentado em Nice, praticado por um único homem, que ao volante de um caminhão, jogou o veículo na direção de uma multidão reunida para assistir à queima de fogos do feriado nacional de 14 de julho.

Neste sábado, a autoria do ataque foi reivindicada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Além disso, um alto funcionário dos serviços de Inteligência chegará a Paris na segunda-feira para ser informado pelos serviços franceses sobre o plano de atentado contra os atletas franceses durante os JO-2016, revelado esta semana.

"A Abin [Agência Brasileira de Inteligência] enviou seu diretor antiterrorismo a Paris na segunda-feira para discutir com os serviços de Inteligência francesa para estudar no local do que se trata este plano, se existe um plano", anunciou neste sábado Saulo Moura da Cunha, diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência.

"A partir desta viagem e das nossas discussões, vamos fazer reavaliações", acrescentou. "Por enquanto, estamos no campo das suposições. O governo francês nos convidou para discuti-las. Em seguida, poderemos tomar uma posição". Segundo um documento oficial publicado pela imprensa francesa, a França foi informada de um plano de atentado contra atletas franceses durante os Jogos do Rio.

Apesar de afirmarem não ter recebido nenhuma ameaça concreta, a Agência Brasileira de Inteligência detectou em junho um grupo de mensagens, trocadas no aplicativo Telegram, em que se difundiam informações sobre o grupo EI em português. Os primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul serão celebrados entre 5 e 21 de agosto no Rio de Janeiro.

O dispositivo de segurança para o evento mobilizará 85.000 policiais e militares para garantir a proteção de 10.500 atletas, dirigentes e jornalistas, assim como de 500.000 turistas de todo o mundo esperados no evento.

AFP

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