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Republicanos: "Trump disse tudo o que queríamos ouvir"

05:36 | Jul. 22, 2016
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No último dia da convenção republicana, magnata deixa de lado o improviso e lê do teleprompter. Discurso estudado e em tom agressivo agrada ao público e entusiasma até seus partidários mais cautelosos. Aplausos, aplausos e aplausos: Donald Trump discursou por mais de uma hora e se manteve fiel ao script, lendo tudo do teleprompter. Mesmo que nada mais pudesse tirar dele a nomeação à candidatura presidencial pelo Partido Republicano, havia muita coisa em jogo nestas últimas horas da convenção republicana em Cleveland. Trump dividiu o partido. Principalmente as lideranças republicanas demoraram para aceitar que justamente ele tivesse obtido uma maioria clara e insuperável nas primárias. Ainda na noite anterior, o senador Ted Cruz, do Texas, havia se negado a declarar apoio ao magnata de Nova York. E poucas horas antes do discurso final de Trump era fácil encontrar delegados e convidados que não escondiam suas preocupações com o futuro do Partido Republicano. Mas o discurso pareceu marcar o início de um novo tempo. Ao menos era esse o clima dominante na grande arena de Cleveland. Os estouros dos balões nas cores nacionais, que caíram sobre o público ao final do discurso, eram quase simbólicos: rompia-se um nó. "Hillary Clinton não pode ganhar" "Ele disse tudo o que queríamos ouvir", afirmaram Henry e Vivian Childs. Apesar de apoiarem Trump já há meses, o estilo e o tom rude dele sempre foram um incômodo para esse casal da Geórgia. "Hoje ele mostrou que sabe se comportar. Ele será um grande líder", disse Henry. Essa opinião era visível em muitos dos rostos em êxtase na arena. Por exemplo no de Charlee Ottersberg, de Cleveland. Ela disse que não gosta muito de Trump e que algumas ideias dele são radicais demais para ela. O que mais a desagrada são os ataques verbais. "Mas hoje foi bem melhor, ele se conteve. Isso dá um pouco de esperança", disse. Ela também espera que Trump atenue algumas de suas posições, como a política migratória radical ou a rejeição categórica de acordos de livre comércio. "Hillary Clinton não pode ganhar", afirmou a jovem. E, para que isso aconteça, Trump precisa se mover mais para o centro. Ottersberg disse que gostou principalmente da filha de Trump, Ivanka. "Tomara que ela tenha muita influência sobre o pai." Se dependesse de Ottersberg, Ivanka seria a primeira mulher na presidência dos Estados Unidos. A oftalmologista Sandra Yeh-Kane disse concordar com a política migratória de Trump. Para ela, é correto que só possa emigrar para os Estados Unidos quem se mantiver fiel às regras, e não há lugar para terroristas no país. Para isso, é preciso agir com firmeza. Para ela, uma coisa ficou clara nesta noite: Trump mostrou que é um vencedor. Ela o vê como um homem do povo, que entende os problemas da classe trabalhadora, e essa é a melhor qualidade dele. Marc Reisman tem opinião semelhante: "É bom que ele fale abertamente sobre os problemas dos ilegais. Temos de parar com o politicamente correto". Alguém que sabe como se faz Para Phil Mallow, empregos são o mais importante. Os olhos dele brilham de admiração. "Donald Trump vai finalmente conseguir trazer empregos para o nosso país, ele sabe como conduzir um negócio. E é disso que precisamos, de alguém que sabe como se faz", disse Mallow, que usa um capacete de construção civil e veio da Virgínia Ocidental. Ele também demonstrou preocupação com o desenrolar da convenção, mas, assim como a grande maioria nesta noite final, acredita firmemente que, com Trump, os Estados Unidos voltarão a liderar. "Claro que vamos ajudar outros países, mas primeiramente temos de cuidar de nós mesmo e colocar os Estados Unidos em primeiro lugar." Juli Mitchell e Paula Anderson vieram da Califórnia só para a convenção e estão satisfeitas. "Estamos mais do que felizes. O clima é muito legal. Estamos todos muito empolgados, e agora podemos começar para valer." O objetivo é claro: impedir a vitória de Hillary Clinton. E, depois desta noite, ao menos a grande maioria para ter aceitado fazer isso com Trump à frente da chapa republicana. Autor: Ines Pohl, de Cleveland (as)

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