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Relatório do governo critica envolvimento do Reino Unido na Guerra do Iraque

11:10 | Jul. 06, 2016
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Um relatório do governo britânico critica a atuação da gestão do primeiro-ministro David Cameron na preparação para a Guerra do Iraque. Segundo o documento de 6 mil páginas publicado hoje, ele teria levado o Parlamento a votar em favor de entrar no conflito antes que opções pacíficas de desarmamento fossem exauridas e sem ter completado as preparações necessárias para o período após a invasão.

O relatório levou sete anos para ser produzido e afirma que a preparação para o Iraque pós-Saddam foi "completamente inadequada". Ele também revela diálogos entre Blair e o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, mostrando que o britânico já estava considerando uma invasão militar antes de receber o consentimento do Parlamento.

A investigação foi conduzida pelo servidor público aposentado John Chilcot, e lançada em 2009 pelo então governo do Partido Trabalhador como uma resposta ao criticismo levantado pela questão. Cerca de 179 soldados morreram durante a invasão e ocupação do Iraque. À época, Blair justificou a invasão afirmando que o regime de Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa - algo que se provou falso.

"A inteligência britânica não deu como segura a afirmação de que Saddam tinha continuado a produção de armas químicas e biológicas, ou que esforços para o desenvolvimento de armas nucleares tinham continuado", afirmou.

O ex-primeiro-ministro Tony Blair assumiu toda a culpa pela decisão de invadir o Iraque e afirmou que os militares britânicos não deviam levar a culpa pelos problemas indicados pelo relatório. Ele admitiu, no entanto, que a inteligência cometeu erros sobre a situação no Iraque.

"Independentemente de se as pessoas concordam ou não com minha decisão, eu a tomei de boa fé e com base no que acreditava ser os melhores interesses do país", afirmou.

Para o atual primeiro-ministro, David Cameron, lições precisam ser aprendidas após a publicação do relatório. Ele ofereceu um sumário do documento aos parlamentares hoje, afirmando que alguns erros detalhados nele podem já ter sido corrigidos desde a ocupação.

"Não podemos fazer voltar o tempo, mas podemos assegurar que as lições tenham sido aprendidas", disse. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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