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Otan determina reforço militar no leste

18:49 | Jul. 08, 2016
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Líderes da aliança transatlântica decidem posicionar batalhões na Polônia e nos países bálticos. Apesar da maior manobra desde a Guerra Fria, Aliança sinaliza vontade de manter o diálogo com a Rússia. Os líderes da Otan decidiram nesta sexta-feira (08/07) posicionar quatro batalhões multinacionais na Polônia e nas três repúblicas bálticas como principal medida de reforço militar no leste da Europa. A Aliança Atlântica, por outro lado, sinalizou também que quer manter abertos os canais de diálogo com a Rússia. "Mantemos nosso interesse em manter o diálogo com a Rússia. A Rússia não deve ser isolada", advertiu o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva ao término do primeiro dia da cúpula, no qual foram formalizadas as decisões para continuar "o maior reforço da Aliança desde a Guerra Fria". Concretamente, serão distribuídos quatro mil soldados em quatro batalhões na Polônia, na Estônia, na Letônia e na Lituânia, liderados por Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Alemanha, respectivamente. Os EUA confirmaram para o próximo ano o envio de mil militares à Polônia, o Reino Unido de 500 à Estônia e de 150 à Polônia, e a Dinamarca 250 sem informar o destino, enquanto a Espanha disse que detalhará em breve sua contribuição, que segundo fontes aliadas consistirá em elementos de apoio aos batalhões. Além disso, a França fornecerá uma companhia ao batalhão na Estônia, a Noruega uma companhia na Lituânia, a Romênia uma companhia à Polônia e Holanda e Portugal diferentes companhias à Lituânia, enquanto a Polônia assegurará militares nos países bálticos e Bulgária, Itália e Croácia também enviarão soldados, segundo as mesmas fontes. Os quatro batalhões "são um elemento a mais em nosso esforço para reforçar o flanco oriental da Otan", disse Stoltenberg, que acrescentou que se somam "à força de ação rápida, ao aumento de manobras, à maior atividade de nossas bases, ao aumento das provisões militares na região e à maior coordenação de nossas forças". "O que fazemos é inteiramente defensivo" Os líderes aliados deram, além disso, sinal verde à criação de uma brigada multinacional na Romênia, composta principalmente por soldados romenos e búlgaros. Em paralelo, declararam a capacidade operacional inicial do sistema de defesa de mísseis balísticos, de modo que os navios americanos com base na Espanha, o radar na Turquia e a sede do interceptador na Romênia "podem agora trabalhar juntos sob o comando e controle da Otan". "O que fazemos é inteiramente defensivo, um escudo contra ataques de fora da área euroatlântica", comentou Stoltenberg. O secretário-geral indicou que os embaixadores aliados explicarão as medidas adotadas a seu colega russo no Conselho Otan-Rússia previsto para quarta-feira em Bruxelas. Stoltenberg destacou o forte investimento da Rússia para modernizar sua defesa nos últimos anos e que o país utilizou "a força militar contra uma nação soberana na Europa, violando a integridade territorial e soberania da Ucrânia". "Por isso ampliamos nossa presença na parte leste da Aliança", resumiu, apesar de ter ressaltado que o diálogo aberto com a Rússia permitirá "evitar incidentes que possam escapar de controle". Os aliados também impulsionaram uma nova era de colaboração com a União Europeia (UE) por meio da assinatura de uma declaração para cooperar mais em segurança marítima, ciberdefesa, ameaças híbridas e consolidação de capacidades de defesa em terceiros países. Reino Unido não mudará de posição Esta primeira jornada da cúpula também esteve marcada pela expectativa criada pela decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, uma medida que Stoltenberg considerou que "não mudará" a posição de liderança desse país na Aliança. O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, garantiu que quando seu país sair da UE "não vai dar as costas à Europa nem à defesa e segurança europeias". Por outra parte, o vice-secretário-geral da Otan, Alexander Vershbow, presidiu uma Comissão Otan-Ucrânia de ministros das Relações Exteriores na qual destacou que a Aliança pretende avançar na colaboração com o governo georgiano "dentro do contexto de aumento da tensão no Mar Negro e no flanco sudeste". Os aliados decidiram aumentar o apoio à Geórgia em formação (incluindo a possibilidade de impulsionar um projeto de fundo fiduciário) e comunicações estratégicas, e para desenvolver sua defesa e vigilância aéreas. PV/efe/ots

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