Participamos do

Bolt inicia corrida contra o relógio para estar nos Jogos do Rio

11:54 | Jul. 02, 2016
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia
Maior estrela do atletismo mundial, Usain Bolt ficou fora da final dos 100 m das seletivas jamaicanas por lesão e corre contra o tempo para estar recuperado a tempo e garantir sua classificação para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.
A situação do homem mais rápido do mundo levanta vários questionamentos, e sua possível ausência seria um enorme baque para o mega-evento.
Bolt é o atual bicampeão olímpico dos 100 m e dos 200 m e sonha em conquistar o tri inédito no Rio. Ele também conquistou duas medalhas de ouro no revezamento 4x100 m, mas corre risco de ter a primeira retirada por conta da reanálise de uma amostra que revelou o doping do companheiro de equipe Nesta Carter em Pequim-2008.


O velocista diz sofrer "uma lesão muscular na coxa esquerda de grau 1 (o menos grave) diagnosticada pelo médico das seletivas" depois da semifinal dos 100 m, que ele acabava de vencer.
"O diagnóstico imediato pode induzir ao erro. É preciso realizar exames de imagem, com prazo de dois a três dias, para avaliar a gravidade da lesão", explicou à AFP Jean-Michel Serra, médico da seleção francesa de atletismo.
"Normalmente, dependendo da localização da lesão na coxa, são necessários quinze dias para que a zona possa cicatrizar", ressalta o médico. Os Jogos do Rio começam em pouco mais de um mês, no dia 5 de agosto, e a final dos 100 m está marcada para o dia 14.


Além da lesão em si, o que colocou em dúvida a participação do astro foram as declarações do secretário-geral da Federação Jamaicana de Atletismo (JAAA), Garth Gayle. O dirigente afirmou à AFP que Bolt precisa participar das seletivas dos 200 m, neste sábado, para manter a esperança de competir nesta distância nos Jogos.
Na verdade, o regulamento na Jamaica não é tão severo quanto nos Estados Unidos, que classifica apenas os três primeiros colocados das seletivas, sem possibilidade de repescar os lesionados. Um artigo do regulamento da JAAA estipula que, em caso de justificativa médica, atletas que conseguiram entre os três melhores tempos do mundo na temporada ainda podem garantir a vaga, desde que provem que têm condições físicas para participar da competição.
Nos 100 m, Bolt não teria problemas, já que é dono da segunda melhor marca mundial do ano, com 9 segundos e 88 centésimos, atrás apenas do francês Jimmy Vicaut (9.86). Nos 200 m, sua distância predileta, ele ainda não tem marca registrada em 2016. Por isso, será necessário buscar uma marca expressiva na etapa de Londres da Liga de Diamante, no dia 22 de julho.


Os prazos são muito curtos, ainda mais com a necessidade de brilhar em Londres. Depois da fase de recuperação, avaliada em duas semanas, ou, na melhor das hipóteses, dez dias, ele ainda precisa de dez dias a mais para reencontrar o ritmo ideal na pista.
Por isso, Bolt corre sério risco de não estar a 100% na capital inglesa. Mesmo assim, por se tratar de um ídolo mundial, a federação jamaicana ainda pode abrir uma exceção.
O velocista precisa agora correr contra o relógio, com o apoio do seu médico de confiança, Hans-Wilhelm Müller-Wohlfahrt, que está cuidando atualmente da seleção alemã na Eurocopa de futebol. "Ele é cercado por pessoas muito competentes, que sabem o que fazer", garante Garth Gayle. O fato de o atletismo estar programado apenas para a segunda semana dos Jogos também joga a favor do 'Raio'.
AFP

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente