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"Havia cheiro de morte no ar", diz sobrevivente de ataque em Orlando

15:57 | Jun. 18, 2016
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Com quatro tiros nas costas e no braço esquerdo, Felipe Marrero simulou a própria morte em meio ao tiroteio na boate gay Pulse. Ele diz ter reconhecido o autor do massacre, que deixou 49 mortos. Felipe Marrero, um dos sobreviventes do tiroteio na boate gay Pulse na cidade americana de Orlando, contou que teve que simular a própria morte durante o ataque para salvar sua vida, tornando-se testemunha ocular dos acontecimentos. Ainda internado num hospital, Marrero tem dificuldades para dormir e diz que ainda sente o cheiro de pólvora, auase uma semana após o atentado. "É o mesmo cheiro que estava no clube naquela noite", disse Marrero. Esta é apenas uma das formas de sofrimento que o jovem de 30 anos tem passado após receber quatro tiros nas costas e no braço esquerdo, durante o ataque do último domingo, que deixou 49 pessoas mortas e mais de 50 feridos. O atirador, Omar Marteen, de 29 anos, foi morto pela polícia local. Esse foi o tiroteio com o maior número de vítimas em toda a história dos EUA. Marrero contou que estava entre o agressor e a porta de saída e, por isso, não conseguiu deixar a boate. Então, ele caiu no chão simulando sua morte e se protegendo por um sofá próximo. "Estive no chão por pelo menos 30 minutos, tentando não fazer movimentos bruscos. Simplesmente estava simulando a morte," disse. Segundo a testemunha ocular, perto dele estava um homem com a cabeça atingida por um tiro e, ao redor, também entre os mortos, estava um de seus amigos. Assim ele passou mais de 30 minutos, enquanto, na sala, ainda se ouviam gritos e lamentos. "Todo o lugar tinha um cheiro terrível de pólvora, era o cheiro da morte no ar," contou Marrero. De acordo com o sobrevivente, em algum momento os sons de tiros dentro do clube cessaram e, nas janelas, apareceram luzes de carros policiais. Em seguida, o atirador se aproximou de Marrero e atirou, atingindo as costas e a mão esquerda dele. "Estava todo ensanguentado, com a mão dilacerada, a dor era intolerável," lembrou a vítima. Com o tiroteio em progresso, Marrero disse ter feito contato visual com um policial e pediu por ajuda. "O policial pediu que eu rastejasse até ele, e que o atirador tinha ido para outra parte do clube", contou. Marrero então teria dito ao policial que não conseguiu se mover, pois tinha sito atingido nas costas. "Ele disse: 'Você precisa encontrar a força para fazer isso'". Marrero afirmou que então usou seu braço direito para agarrar cadáveres em torno dele e rastejou até o policial. No dia seguinte, deitado num leito de um hospital de Orlando, Marrero diz que viu a foto de Mateen na televisão e imediatamente o reconheceu. "Pensei: 'esse cara esteva do meu lado comprando uma bebida". PV/abr/ap

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