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Extrema direita contesta resultado das eleições na Áustria

06:49 | Jun. 08, 2016
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O candidao do FPÖ, Norbert Hofer, perdeu as eleições por menos de 1% dos votosDerrotado por menos de um ponto percentual, partido populista de direita entra na Justiça por supostas irregularidades no pleito para presidente, em decisão que ameaça reascender disputa que dividiu o país. A legenda populista de direita Partido da Liberdade (FPÖ) contestou na Justiça o resultado das eleições presidenciais austríacas realizadas em maio, vencidas pelo ambientalista Alexander van der Bellen por menos de um ponto percentual de diferença. A decisão ameaça jogar o país num imbróglio constitucional. A sigla direitista afirma ter encontrado diversas irregularidades nos procedimentos de votação. Apesar de a presidência da Áustria ser um cargo de caráter amplamente cerimonial, Hofer seria o primeiro líder da extrema direita a se eleger chefe de Estado na União Europeia (UE) no pós-guerra. Hofer perdeu as eleições presidenciais, mas conseguiu dividir a Áustria. Com um discurso eurocético e anti-imigração, apresentando-se como um "homem do povo", ele ficou a apenas 0,6 ponto percentual de Van der Bellen, eleito com 50,3% dos votos muitos deles, afirmam analistas, usados apenas para conter a ascensão do populista de direita. O desempenho de Hofer diz muito sobre como os partidos populistas em toda a Europa vêm conseguindo capitalizar em cima da crise migratória e da insatisfação generalizada com os partidos tradicionais da política. E isso na Áustria, um país considerado próspero e com baixa taxa de desemprego. A legenda FPÖ, agora, ameaça reascender a disputa que dividiu o país durante as eleições. Hofer possui o apoio dos trabalhadores e dos eleitores nas áreas rurais, enquanto Van der Bellen, ex-presidente do Partido Verde, é mais popular nos centros urbanos e entre as pessoas com nível de educação mais alto. O Ministério austríaco do Interior havia dito que a maioria dos votos considerados irregulares foram qualificados dessa forma por uma questão meramente técnica, enquanto cédulas ainda eram contabilizadas ou processadas antes nas 9h do dia seguinte às eleições. Segundo o órgão, até 23 mil votos teriam sido afetados, com outros 2 mil excluídos por irregularidades mais graves, como adolescentes que ainda não estavam em idade eleitoral, mas que puderam participar da votação. Um porta-voz do Tribunal Constitucional afirmou que os juízes deverão decidir sobre o caso até o dia 8 de julho, quando Van der Bellen deverá substituir o presidente Heinz Fischer na chefia de Estado. Caso a corte decida que irregularidades na votação podem ter influenciado o resultado geral do pleito, novas eleições poderão ser convocadas nos distritos eleitorais afetados. RC/rtr/dpa

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